O senador amazonense e presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD) teve uma fala sobre as Forças Armadas polemizada, gerando uma nota de repudio do Ministério da Defesa e dos comandantes da Marinha, Exército e Força Aérea Brasileira.
A nota repudia veementemente as declarações do presidente da CPI durante a sessão que deu voz de prisão ao ex-sargento da Aeronáutica, Roberto Dias acusado de mentir aos senadores e pedir 1 dólar de propina pelas vacinas da AstraZeneca, dizendo que elas desrespeitam as Forças Armadas e generalizam esquemas de corrupção. “De forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável”.
Em sessão no Senado Federal, Omar Aziz explicou que sua fala foi pontual e não generalizada, e que podem fazer 50 notas sobre ele, mas só não o podem intimidar. “Quando me intimidam, estão intimidando esta Casa. Ninguém teve uma relação melhor do que eu, com as Forças Armadas, como governador do meu Estado. O que eu disse foi pontual. Há muito tempo, sobre membros das Forças Armadas e alguns reformados não se falava um “ai”.
E um ex-sargento da aeronáutica foi depor, foi preso, porque mentiu, e pediu um dólar por vacina”, falou o senador.
Omar Aziz comentou que a nota é desproporcional e que esperava que o Senado o defendesse, porque ao intimidar um senador da República estão intimidando a todos. A fala se referia a alguns militares que sujavam o nome da instituição.
Depois da divulgação de uma nota de repúdio, membros das Forças Armadas prometeram uma reação “mais dura” em caso de nova citação de corrupção entre militares.
Da esquerda para direita, os comandantes do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, da Marinha, Almir Garnier Santos, e da FAB, Carlos de Almeida Baptista Junior
Acusação
Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, foi acusado de mentir aos senadores em relação à acusação de pedir propina no episódio da oferta de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca pela empresa americana Davati.
Ao longo de todo o depoimento, de mais de sete horas, os senadores pressionaram o depoente a falar a verdade sobre encontro ocorrido em um restaurante de Brasília, em 25 de fevereiro, entre ele, o cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti, suposto representante da Davati, e o coronel Marcelo Blanco, ex-diretor-substituto de Logística do ministério.
Dias afirmou que o encontro foi casual, mas áudios atribuídos a Dominguetti, apresentados na CPI, desmentiram sua versão.
Veja a nota na integra
O Ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira repudiam veementemente as declarações do Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Senador Omar Aziz, no dia 07 de julho de 2021, desrespeitando as Forças Armadas e generalizando esquemas de corrupção.
Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável.
A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições pertencentes ao povo brasileiro e que gozam de elevada credibilidade junto à nossa sociedade conquistada ao longo dos séculos.
Por fim, as Forças Armadas do Brasil, ciosas de se constituírem fator essencial da estabilidade do País, pautam-se pela fiel observância da Lei e, acima de tudo, pelo equilíbrio, ponderação e comprometidas, desde o início da pandemia Covid-19, em preservar e salvar vidas.
As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro.
Walter Souza Braga Netto
Ministro de Estado da Defesa
Alte Esq Almir Garnier Santos
Comandante da Marinha
Gen Ex Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
Comandante do Exército
Ten Brig Ar Carlos de Almeida Baptista Junior
Comandante da Aeronáutica
Redação
Fotos: divulgação e Alexandre Manfrim/Ministério da Defesa
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