Nunca tantas pessoas morreram na Espanha em apenas um ano desde que existem os registros oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE). E jamais houve tão poucas crianças.
A coincidência desses dois fenômenos em 2020 deixa um balanço demográfico desolador, como indicam os dados provisórios do movimento natural da população publicados nesta quinta-feira 18/6.
No ano que concentra o pior golpe da pandemia de coronavírus, morreram 492.930 pessoas, 74.227 a mais que em 2019 (aumento de 17,73%). E nasceram 339.206 bebês, 5,94% a menos que no ano passado. É a pior cifra desde 1941 —dois anos depois da Guerra Civil Espanhola.
Assim, o saldo vegetativo (diferença entre nascimentos e mortes) é o pior de toda a série histórica: houve 153.167 mais mortes que nascimentos, triplicando o número de 2019, que era o pior até então.
O diretor do Instituto de Economia, Geografia e Demografia do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha, Diego Ramiro afirma que esses dados eram de se esperar numa situação de pandemia como a que vivemos.
“A crise afetou as principais variáveis que compõem a população”, diz. O especialista acrescenta outro fator ao máximo de mortes e ao mínimo de nascimentos para justificar a carga demográfica de 2020: a idade média da maternidade atingiu um novo recorde, 32,3 anos, um décimo a mais que no ano anterior.
Por comunidades
Os piores dados são os de Madri. É a região que sofreu o maior aumento de mortes em relação ao ano passado, 41,17%, com 19.418 mais óbitos que no ano anterior. Os dois territórios vizinhos da Comunidade de Madri são o segundo e o terceiro mais afetados: em Castela-La Mancha, as mortes cresceram 32,33%; e em Castela e León, 25,97%. No outro lado da balança estão Canárias (4,19%), Galícia (4,97%) e Múrcia (5,78%).
Redação com informação do El Pais
Fotos: divulgação
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