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07/06/2021




Pedro Castillo passou a candidata Keiko Fujimori na apuração da eleição presidencial no Peru na tarde desta segunda-feira (7) e agora começa a abrir uma pequena vantagem, de cerca de 39 mil votos.

 

 

Cadidatos a eleição presidencial no Peru Keiko Fugimori e Pedro Castillo

 

 

Com 92,9% das urnas apuradas, Castillo tem 50,116% dos votos válidos contra 49,884% de Keiko, segundo o Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE, na sigla em espanhol).

 

 

A diferença atual é de apenas 0,232 ponto percentual, ou 39.164 votos. São 8.436.061 para o candidato de esquerda e 8.386.897 para a candidata conservadora

 

 

País em crise

 

Com projetos antagônicos, o professor de escola rural e a filha de Fujimori chegaram ao segundo turno praticamente empatados nas pesquisas, após uma campanha marcada por incertezas e exacerbação de temores, o que elevou a cotação do dólar na sexta-feira (4) a um recorde de 3,9 soles.

 

 

Keiko pode ser a primeira presidente peruana, meta para a qual trabalha há 15 anos, desde que assumiu a missão de reconstruir praticamente das cinzas o movimento político de direita fundado por seu pai em 1990.

 

 

Já Castillo concentra o apoio nas áreas rurais do "Peru profundo", mas ele caiu nas pesquisas de opinião devido ao temor de peruanos que o país se transforme "em uma nova Venezuela" devido a posições extremas do candidato.

 

 

O país, que chegou a ter três presidentes em uma semana em novembro de 2020, atravessa grave crise política. O atual presidente é Francisco Rafael Sagasti, que assumiu interinamente após Martín Vizcarra sofrer um impeachment e seu sucessor, Manuel Merino, renunciar após cinco dias.

 

 

Em 31 de maio, o governo peruano revisou os números da pandemia e anunciou que mais de 180 mil pessoas haviam morrido de Covid-19 no país, mais do que o dobro dos números oficiais.

 

 

Com a mudança, o Peru se tornou o país com o maior número de mortes por Covid-19 do mundo em relação à população.

 

 

São 5,6 mil óbitos a cada 1 milhão de habitantes, quase o dobro do segundo colocado (a Hungria, que tem 3 mil).

 

 

O Brasil é o 10º pior, com 2,2 mil mortes por milhão, segundo dados do "Our World in Data".

 

 

Keiko Fujimori

 

 

Keiko se coloca como representante da democracia e promete respeito à Constituição, mas o sobrenome Fujimori faz com que ela tenha muita rejeição — sobretudo porque ela ainda elogia o pai, Alberto Fujimori, que governou o Peru em um regime autoritário na década de 1990.

 

 

Fujimori está preso por desrespeito aos direitos humanos. A herdeira do fujimorismo ficou presa entre 2018 e 2020, com intervalos em liberdade, acusada de corrupção envolvendo a empreiteira brasileira Odebrecht, em um escândalo que atingiu políticos de diferentes partidos.

 

 

Keiko ficou muito perto de não passar para o segundo turno da eleição, após uma primeira votação bastante fragmentada. No campo da direita, os votos ficaram divididos principalmente entre ela e os candidatos Rafael López Aliaga e Hernando de Soto.

 

 

Propostas e promessas de Keiko Fujimori

 

*Manter a Constituição de 1993, promulgada no governo de Alberto Fujimori

 

*Promover uma "verdadeira economia de mercado"

 

*Fomentar turismo com a vacinação prioritária a profissionais desse setor e incentivos fiscais

 

*Criar o Ministério da Pesca

 

*Acelerar a formalização dos pequenos empresários peruanos

 

*Firmar acordos entre os setores ambiental, agrário e da mineração; comumente em conflito político no país.

 

 

Pedro Castillo espera virada

 

 

Aos 51 anos, Pedro Castillo surpreendeu no primeiro turno das eleições ao conseguir o maior número de votos em uma eleição bastante fragmentada (com sucessivas crises políticas e quedas de presidentes, o Peru vive uma onda de descrédito em relação às principais forças do país).

 

 

Castillo se tornou nacionalmente conhecido em 2017, após liderar uma greve de professores de quase três meses que exigia aumento nos salários dos professores — uma das bandeiras que ele manteve ao longo da campanha.

 

 

O candidato nasceu na pequena cidade andina de Puña, na província de Chota, onde os moradores costumam usar chapéu de aba larga, que Castillo adotou durante a campanha e até no único debate presidencial. No domingo, ele foi votar a cavalo na região andina de Cajamarca, onde reside.

 

 

Ao longo da corrida presidencial, no entanto, Castillo mudou de tom. Ele prometeu seguir a Constituição "enquanto ela estiver em vigor", mas disse que buscará uma nova Assembleia Constituinte caso seja eleito.

 

 

Em relação aos costumes, Castillo adota postura mais conservadora: ele se recusa a legalizar o aborto, é contra o "enfoque de gênero" na educação e tem relutado em reconhecer os direitos das minorias sexuais.

 

 

Promessas e propostas de Pedro Castillo

 

 

*Descentralização do governo

 

*Reforço à Polícia Nacional

 

*Ampliar o acesso às refeições nas escolas

 

*Criar o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação

 

*Apoio às micro e pequenas empresas

 

*Acesso livre e gratuito à internet

 

*Prioridade à produção nacional

 

 

Com informações da G1

Fotos: Divulgação

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Peru: Esquerdista Pedro Castillo sai na frente e lidera eleições presidenciais com 92% das urnas apuradas

 
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