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26/01/2024




Em ano de eleições municipais, deputados e senadores vão destinar para estados e prefeituras em 2024 um montante recorde das chamadas "emendas PIX" ao Orçamento da União.

 

 

 

Ao todo, serão R$ 8,2 bilhões enviados para os governos locais por essa modalidade de transferência, considerada menos transparente.

 

 

O valor é quase um terço dos R$ 25,1 bilhões que os deputados e senadores podem indicar como "emendas individuais" – que têm cumprimento obrigatório, ou seja, não podem ser ignoradas ou canceladas pelo governo federal.

 

 

Entenda como funciona uma "emenda PIX"

 

  • Tradicionalmente, ao propor uma emenda no Orçamento para beneficiar um estado ou um município, o parlamentar precisava indicar a área e o serviço no qual o dinheiro seria usado (por exemplo, construção de hospitais em uma cidade ou pavimentação em um bairro).

 

  • As "emendas PIX", criadas em 2019, dispensam essa informação. O dinheiro vai para o caixa da prefeitura ou do governo estadual, que decide por conta própria onde investir – e nem precisa informar o governo federal, depois, sobre o destino do recurso.

 

  • Oficialmente, esse mecanismo é chamado de "emenda individual de transferência especial". O apelido, no entanto, virou "emenda PIX" justamente por ser uma transferência simplificada.

 

Para 2024, o Congresso reservou R$ 25,1 bilhões para o total de emendas individuais, de qualquer tipo. Metade desse valor tem que ir pra saúde, e o restante fica a cargo de cada parlamentar.

 

 

Com isso, R$ 13 bilhões dos R$ 25 bilhões vão para a saúde.

 

 

Dos R$ 12,1 bilhões restantes, no entanto, 68% viraram emendas PIX – e vão para estados, municípios e Distrito Federal sem nenhuma indicação prévia de onde serão investidos.

 

 

As emendas de cada área

 

A opção pelas emendas PIX superou, por exemplo, investimentos em áreas como desenvolvimento social, educação, esporte e cultura.

 

 

O envio de verbas para a área de desenvolvimento social gira em torno de R$ 657 milhões — 12 vezes menos do que os parlamentares encaminharam via transferência especial para estados e municípios.

 

 

As emendas para educação, enquanto isso, somam R$ 628 milhões. 

 

 

Emendas individuais no Orçamento 2024

 

  • Saúde: R$ 13.030.326.203 (obrigatório)
  • Transferências especiais (sem área definida): R$ 8.151.617.074
  • Desenvolvimento social: R$ 657.430.496
  • Educação: R$ 628.672.443
  • Esporte: R$ 495.197.552
  • Integração nacional: R$ 355.918.987
  • Cultura: R$ 303.056.086

 

 

Baixa transparência

 

Além do apelido de "emenda PIX", essas transferências especiais também são conhecidas como "emendas cheque em branco", em referência à dificuldade de rastrear a finalidade do dinheiro.

 

 

Especialistas criticam a falta a de transparência desta modalidade, porque, uma vez repassado o dinheiro, os estados, os municípios e o Distrito Federal podem gastar como bem entenderem.

 

 

Essas transferências começaram a ocorrer em 2020 — quando foram aplicados R$ 621,2 milhões. Em 2021, deputados e senadores enviaram R$ 2 bilhões em emendas PIX.

 

 

O valor cresceu para R$ 3,3 bilhões em 2022. No Orçamento de 2023, chegou a R$ 7,1 bilhões. E agora, em 2024, o total será de R$ 8,2 bilhões.

 

 

A destinação das emendas já consta no Orçamento deste ano.

 

 

Apesar de serem obrigatórias, o governo vetou a proposta de criar um calendário para o pagamento dos valores e, por isso, o Executivo pode escolher o ritmo em que libera o dinheiro. O veto ainda será analisado pelo Congresso Nacional.

 

Com informação do G1

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<p>Parlamentares batem recorde de 'emendas PIX', que vão para prefeituras e estados sem uso pré-definido</p>

 
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