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03/07/2023




A proposta do Garantido, neste domingo (2), parece ter sido apenas uma: fazer uma ode aqueles que fizeram a história do bumbá, sendo também uma forma de autoafirmação – algo necessário após tudo que aconteceu no último ano. Para seu último dia de Festival Folclórico de Parintins, o boi da baixa do São José trouxe à tona o tema “Amor por toda a vida”, fazendo uma apresentação repleta das toadas que marcaram a história do bumbá.

 

 

Procissão de Nossa Senhora do Carmo, padroeira de Parintins (Foto: Jeiza Russo)

 

 

Em sua última apresentação no bumbódromo neste ano, o Boi-Bumbá Garantido entrou na arena prometendo “uma viagem sentimental pela trajetória de lutas e glórias do Boi do Povão”.

 

 

Em sua primeira alegoria, o Garantido traz a arena a “Celebração Folclórica: A oitava Maravilha”, o Garantido faz uma viagem ao terreiro onde Lindolfo Monteverde, ainda criança, sonhava com seu boizinho feito de curuatá, passando pelas quadras esportivas e tablados usados como palco nos primeiros Festivais.

 

 

Garantido fez uma viagem ao terreiro onde Lindolfo Monteverde, ainda criança, sonhava com seu boizinho feito de curuatá, passando pelas quadras esportivas e tablados usados como palco nos primeiros festivais (Foto: Jeiza Russo)

 

 

 Foi relembrando esses momentos que o bumbá trouxe a arena um dos momentos mais marcantes dessa temporada, ao colocar toadas cantadas pelo próprio Lindolfo Monteverde (relembrando a promessa feita por ele quando ainda era criança) e por Paulinho Farias, saudoso apresentador encarnado.

 

 

Já no início, o levantador Sebastião Junior cantou para tremer a arena, enquanto a porta-estandarte Lívia Christina surgiu no meio da galera, iniciando sua participação, um dos grandes destaques desta noite. Além dela, a cunhã-poranga teve seu momento ao surgir dentro da alegoria “Mapinguari”, apresentada também em 1997, mostrando a história dessa criatura – vezes maligna, vezes do bem – que só pode ser derrotada pela mulher mais forte da aldeia. Esse papel coube a Isabelle, que mais uma vez teve uma boa apresentação e mostrou desenvoltura e domínio de arena.

 

 

 João Paulo Faria se mostrou emocionado com a homenagem feita ao tio, Paulinho Farias. (Foto: Jeiza Russo)

 

 

 Em sua segunda alegoria, foi-se retratado os romeiros de Nossa Senhora do Carmo, em alusão a “Festa da Padroeira” e também a toada de 1991, feita para a santa padroeira de Parintins pelo compositor Chico da Silva. Foi nesta alegoria, uma mistura de catolicismo com sincretismo religioso, que surgiu a rainha do folclore Edilene Tavares, evoluindo em um traje que remetia as romeiras e a fé de Parintins.

 

 

 Ainda neste clima de saudosismo misturado com auto-homenagem, a sinhazinha da fazenda Valentina Coimbra entrou na arena toda de vermelho, usando um modelo tradicional da década de 1970. Ainda que tenha tido apenas um ato durante o espetáculo, ela se mostrou a vontade dentro da alegoria em que surgiu e principalmente em seu momento com o boi-bumbá.

 

 

 No caso dos itens masculinos, o apresentador Israel Paulain deu o tom da apresentação levando o público a uma viagem pela história do bumbá e a importância de se relembrar ela. Enquanto que Sebastião Junior parecia claramente mais a vontade ao ter que lidar com toadas mais consagradas, assim como o próprio item 19 que sabia decorado todas as canções da noite. Eles também participaram de uma romaria feita no meio do público, o que pode ser entendido como uma expressão de fé – na santa católica ou em seu bumbá, ou nos dois.

 

 

Encerrando a sua participação na arena, o amo do boi, João Paulo Farias foi outro destaque da noite – o que não será admitido pelo lado azul e branco. No início, se mostrou emocionado com a homenagem feita ao tio, Paulinho Farias, e depois feroz em seus desafios ao Boi Caprichoso e ao amo Prince do Boi. Novamente ele questionou as origens do boi da francesa, a classe social de quem torce para ele e chegou a pedir para ser vaiado pela galera do Touro-Negro (algo que eles não poderiam fazer, tendo em vista que perderiam pontos).

 

 

 Por fim, o último a entrar na arena foi o sempre constante Adriano Paketa, o Pajé, que surgiu na durante a Lenda Amazônica “Kamrãpi”, trazendo também a última alegoria da noite. Apesar dela estar claramente incompleta, o item mostrou novamente sua força e talento já conhecidos, tendo tempo para evoluir e fechar a apresentação desta noite.

 

 

 Por fim, Israel Paulain saiu da arena pedindo para que a torcida gritasse “é campeão”, já trazendo expectativas para a apuração de amanhã (2).

 

 

Com informação do ACritica

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<p>Garantido encerra participação no Festival de Parintins impressionando o público e agitando a galera</p>

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