Derrubado da vice-presidência da Câmara dos Deputados por pressão do PL (Partido Liberal), Marcelo Ramos (PSD-AM) afirmou que não é homem de trocar cargo por silêncio.
“Não troco meu dever de defender 19 milhões de brasileiros, sendo 5 milhões de crianças, que passam fome, 12 milhões de brasileiros desempregados, por cargo”, disse em publicação no Twitter.
“Quero dizer que respeito e cumpro a decisão do Ministro Alexandre de Moraes que, não julgou o mérito, mas a incompetência do TSE. Eu sou um democrata e jurei a Constituição, defendo as decisões judiciais até quando discordo delas”, afirmou.
Segundo Marcelo Ramos, “a vice-presidência da Câmara não vale minha omissão aos ataques do governo federal a ZFM, que atingem os empregos dos amazonenses, as escolas dos amazonenses, os hospitais dos amazonenses, a Universidade do Estado do Amazonas, os recursos destinados ao interior do Amazonas”.
Nova eleição, na quarta-feira (25), definirá o novo vice-presidente da Câmara. Também serão escolhidos deputados para outros dois cargos da Mesa Diretora.
Alvo de Bolsonaro
Marcelo Ramos se tornou alvo de Jair Bolsonaro ao deixar o PL com a filiação do presidente.
O deputado acirrou o embate político ao criticar a edição de decretos sobre a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que afetam a Zona Franca de Manaus. Bolsonaro pressionou o PL a retirar o amazonense do cargo.
O parlamentar havia recorrido ao TSE. No final de abril, conseguiu uma decisão de Alexandre de Moraes em que o ministro determinava ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) que se abstivesse de acatar qualquer deliberação do PL que buscasse afastar ou substituir o deputado da vice-presidência.
O ministro recuou nesta segunda-feira e revogou a própria decisão.
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