A vacinação contra a Covid-19 no Brasil anda a passos lentos no Brasil. O ritmo de imunização caiu pela metade nos primeiros 14 dias do mês de maio.
Nesta sexta-feira (14), o Instituto Butantan anunciou a paralisação da produção da Coronavac por falta de insumos, que aguardam liberação na China e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produz a vacina da AstraZeneca, também informou que vai paralisar a produção na próxima semana pela falta de IFA, até a chegada de uma nova remessa prevista para 22 de maio, por tanto o panorama é incerto.
Nesse contexto quem tem recursos está cogitando o "turismo da vacina".
Turismo de vacina
O aumento do número de brasileiros que viajam aos EUA para serem imunizados foi tanto que a Be Happy, agência de viagens de luxo com sede em Moema, bairro de classe alta em São Paulo, criou destinos personalizados aos seus clientes.
Com pacotes a partir de R$ 50 mil é possível ter os EUA como destino, mas não antes de passar um período de 15 dias nas Ilhas Maldivas, Dubai, México, Costa Rica ou República Dominicana.
“Tem passageiro que, ao invés de ficar 15 dias em um lugar só, prefere viajar a dois pontos diferentes na costa do México, aproveita para passear. Outros, pedem apartamento até com cozinha porque não querem sair do hotel nem para comer”, comenta Jacque Dallal, fundadora da Be Happy.
Outra opção é agência catarinense Menton, que oferece um pacote de luxo para duas pessoas: passagens aéreas no setor executivo e hospedagem de alto padrão por US$ 17.600 (cerca de R$ 93 mil).
Vírginia Peluffo, sócia da agência, afirmou que os serviços são realizados sob demanda e que não incentiva o chamado "turismo de vacina". “Não incentivamos esse tipo de turismo porque não há garantias de que a pessoa vá ser imunizada: as regras podem mudar a qualquer momento.”
“A quarentena, no México, não é restrita ao hotel, onde a pessoa não pode fazer nada. O turismo lá me impressionou muito porque tem muita gente viajando”, comenta Márcia Rosa, proprietária de uma franquia da agência de viagens Flytour.
Uma necessidade
O balanço da última sexta-feira (14) das secretarias de Saúde aponta que 38.320.424 pessoas já receberam a primeira dose de vacina contra a Covid-19, segundo dados divulgados até as 20h. O número representa 18,10% da população brasileira. O percentual de brasileiros que recebeu a segunda dose da vacina é ainda menor: 8,97% - o que corresponde a 18.991.882 pessoas.
Para Samanta, a ida ao país norte-americano foi uma necessidade diante da morosidade do governo brasileiro.
“É uma necessidade. O governo daqui liberou, não é ilegal e eu não estou tirando a vaga de ninguém, pelo contrário, tem vacina sobrando aqui. Eu não vejo nenhum problema em tomar a vacina fora do Brasil”, afirma ela.
O sentimento também é compartilhado por Rosa. “Eu não me sinto errada em me vacinar. Eu acho que quanto mais gente se vacinar, melhor. Se a pessoa tem o dinheiro, o direito e a segurança, por que não?”, questiona.
NY quer atrair turistas com vacinação
Na última terça (11), o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse que o plano de vacinar turistas em pontos conhecidos da cidade "está pronto para começar" e já tem a aprovação do governo estadual para seguir adiante.
Os postos de vacinação para turistas estarão localizados em pontos conhecidos da cidade como a Times Square, o Central Park e a Ponte do Brooklyn, entre outros.
Para se vacinar é preciso mostrar um documento de identificação com foto e estar dentro da faixa etária permitida. Algumas localidades nos EUA exigem que os interessados em serem vacinados apresentem comprovante de residência.
Segundo o site Travel Off Path, é possível se vacinar sem a necessidade de comprovar residência nos seguintes estados americanos: Arizona, Louisiana, Texas, Alabama, Califórnia, Colorado, Indiana, Iowa, Michigan, Nova York, Nevada, Novo México, Ohio, Carolina do Sul, Tennessee, Virgínia e Flórida.
Edição Dulce Maria Rodriguez com informação da G1
Fotos: Divulgação
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