O presidente da Fecomércio-AM, Aderson Frota, rebateu nesta terça-feira (16) o argumento do presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo de que o uso de 5% do orçamento do Sesc e do Senac não prejudica o trabalho social da entidade.
Manifestação se opõe ao repasse de 5% para estatal de turismo. Foto: Paulo Bindá
"Não trabalhamos como no orçamento público. Trabalhamos com obras de longo prazo. No interior uma obra demora e custa três vezes mais do que na capital. Sem esse recurso como que vamos movimentar uma balsa escola ou estar presente no interior levando comida a populações carentes", protestou Aderson Frota.
Trabalhadores e empresários do comércio amazonense manifestaram na tarde de hoje contra o repasse de 5% do fundo do Sesc e do Senac. Projeto de Lei de Conversão (PLV) 09/2023, que pretende repassar parte da arrecadação destinada ao Sesc e ao Senac para financiar as atividades da Embratur na promoção internacional do turismo do Brasil deve ser votada no Senado, nesta quarta-feira (16).
A legislação já foi aprovada na Câmara dos Deputados. Aderson disse que conversou com senadores amazonenses e espera que o PLV seja remodelado.
No dia 5 de maio, ao A CRÍTICA, o ex-deputado federal Marcelo Freixo, titular da Embratur, afirmou que o Sesc e o Senac não usam todo o recurso do orçamento de R$ 9 bilhões e que anualmente R$ 2 bilhões sobram.
Ele explicou que custa R$ 440 milhões para promover o turismo no Brasil. Para ele, o fomento da Embratur com recursos da duas intuições vai gerar emprego e renda no comércio.
Portanto, quando a gente propõe que todo turismo brasileiro seja financiado por apenas 5% desse orçamento do Sesc e do Senac é dizer que R$ 447 milhões para promover o turismo não vai fazer qualquer diferença nas atividades do Sesc e do Senac. Reconheço a importância das duas organizações em todas as atividades que fazem”, pontuou Freixo.
Impacto
Para a estudante finalista de gastronomia da Faculdade do Senac, Camila Martins, o uso dos recursos do Senac pela Embratur pode impactar o sono de alunos de concluírem a formação nas escola do Senac.
"Isso vai impactar bastante para quem tem o sonho de estudar no Senac. São com esses 5% que o Senac atende as pessoas de baixa renda e aqueles que não têm condições de bancar o curso", declarou.
O diretor acadêmico da Faculdade do Senac, Nailson Andrade, afirma que sem os 5% será mais difícil pro Sesc e o Senac promoverem a educação profissional e regular. Atualmente, segundo ele, as intuições oferecem cursos gratuitos desde a educação infantil ao ensino técnico.
"O Senac tem hoje mais ou menos 7 mil horas que ele oferta por ano gratuitamente. São horas que seria perdidas a partir deste corte", avaliou o diretor acadêmico.
Com informação do ACritica
|