Foi a partir de um problema no próprio pé e da dificuldade em encontrar calçados estilosos e seguros que a empresária paulistana Isabela Chusid, 26 anos, decidiu abrir a Linus, em 2018. A empresa, que se denomina uma marca de lifestyle, tem como principal produto uma papete ultraconfortável que ganhou os pés dos fashionistas durante a pandemia.
Feita de PVC ecológico, a Linus nasceu também de uma preocupação ambiental. “Ela não leva nenhum outro material para que seja 100% reciclável”, explica Isabela à Vogue. Na composição da sandália também não há metais pesados e os plastificantes tem origem vegetal.
“As indústrias costumam inovar por necessidade, para não ficar para trás. Foi aí que decidimos agir”, diz Isabela.
Com um investimento inicial de R$ 50 mil de recursos próprios, Isabela montou a empresa.
"“Poucas pessoas tinham o interesse em desenvolver coisas desse tipo e também não tinham o interesse em dar atenção para uma empresa que não existia, fundada por uma mulher e uma mulher jovem”, afirma empreendedora. “Tenho que reconhecer meus privilégios”, completa. Na criação do negócio, conversou muito com fisioterapeutas e ortopedistas, fez pesquisas em comunidades do Facebook e assistiu muitos videos no YouTube para conhecer materiais e mão de obra especializada.
Parceria
O momento de virada foi quando conheceu uma profissional da indústria química que acreditou no negócio a ponto de convencer o fabricante a produzir esse PVC ecológico e vegano, base da Linus. “Ela mostrou que já existia fora do Brasil, mas que aqui ninguém estava trabalhando com isso, que era uma oportunidade. A gente conseguiu vender o sonho para conseguir chegar na tecnologia”.
A primeira fornada de sandálias teve 900 pares, distribuídos cirurgicamente para influenciadores e amigos da marca. Logo no primeiro ano, a Linus cresceu 1000% (e todo o carbono emitido então foi compensado). No ano passado, o crescimento foi de quase 400% e a expectativa para este ano é de dobrar o faturamento.
No estrangeiro também
Além dos brasileiros, a Linus atraiu o olhar dos consumidores estrangeiros, em especial dos millenials interessados em aliar design a um consumo consciente.
A empresa, que já tinha pontos de venda física em multimarcas cool em Portugal e na Espanha e nos Estados Unidos, passa a ter agora um ecommerce voltado somente ao público europeu, com logística própria. O lançamento da loja virtual acontece cinco meses depois de a marca ter sido exposta na última semana de moda de Nova York.
“Decidimos dar esse passo ao ver a quantidade de buscas que vinham desses países em nosso site”, explica Isabela, que afirma prezar por todos os aspectos necessários a sustentabilidade de um negócio, inclusive o financeiro.
Com informação do Um só planeta
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