O ex-ministro do meio ambiente Ricardo Salles teve o passaporte apreendido pela Polícia Federal, ontem sexta-feira 25/6, por decisão da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A medida foi tomada depois do envio de um ofício da deputada federal Vivi Reis (PSol-PA), enviado à Corte na última quarta-feira, alertando que o investigado já dera provas “de que não tem a menor intenção de colaborar com as investigações, como no episódio em que se recusou a entregar seu aparelho celular para análise da Polícia Federal” — algo que fez somente 19 dias depois de prestar depoimento, por conta da Operação Akuanduba, assim mesmo bloqueado pela senha pessoal.
Para evitar a prisão processual
O ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro é investigado por advocacia administrativa — quando um servidor público usa do cargo para defender interesses pessoais — e por tentar obstruir as investigações da PF contra organização criminosa com fraude de documentos.
Na decisão de recolher o passaporte de Salles, a ministra destaca que se trata de uma medida mais “branda”. “Para se evitar a medida mais gravosa, ou seja, prisão processual (preventiva ou temporária), parece razoável decretar-se medida cautelar mais branda, consistente na proibição do investigado Ricardo de Aquino Salles de deixar o país, a fim de atingir a finalidade pretendida de apuração dos fatos em benefício da segurança pública e da defesa da sociedade”, decidiu a ministra.
Madeira extraída ilegalmente
A situação de Salles começou a se complicar a partir da Operação Handroanthus, que apreendeu mais de 226 mil m³ de madeira extraída ilegalmente da Amazônia — a maior apreensão da história do Brasil.
Policiais federais fotografaram balsas com toras em rios entre o Pará e o Amazonas e, além do que já estava sendo transportado, havia muita carga em pátios no meio da floresta, descobertos durante as investigações.
O material apreendido tinha capacidade de lotar 6,6 mil caminhões e, após o início dos trabalhos, a PF recebeu reclamações de parlamentares. Além disso, o juiz Antônio Carlos Almeida Campelo, titular da 4ª Vara da Seção Judiciária do Pará, tentou devolver a carga apreendida.
Com informação do Correio Braziliense
Fotos: divulgação
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