Um levantamento realizado pelo buscador de investimentos Yubb apontou que o rendimento bruto (descontada a inflação da conta) mais atrativo para o atual contexto é a debênture incentivada, que rende 14,42%. Logo abaixo está a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), cujo retorno é de 12,40%.
A debênture incentivada é um título de renda fixa emitido por empresas de capital privado para captar recursos. O montante levantado é destinado obrigatoriamente às obras de infraestrutura.
Já o LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) é um título de renda fixa emitido por instituições financeiras públicas ou privadas em que o montante captado é destinado principalmente para produtores rurais.
O risco é que esse modelo de investimento não possui FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Assim, se a empresa que emitiu os títulos entrar em falência, corre o risco do investidor ficar sem dinheiro.
O que não acontece com o LCA e o CDB (Certificado de depósito bancário). Ou seja, nessas opções, cada investidor pode recuperar via fundo R$ 250 mil por instituição, com o limite de R$ 1 milhão, a cada quatro anos, se a companhia que emitiu os títulos falir.
Outro risco relacionado às debêntures, aponta a Toro Investimentos, é que há chances de a empresa não possuir um fluxo de caixa positivo ou o suficiente para arcar com o pagamento dos juros. E, com isso, o investidor pode não conseguir receber todo o dinheiro acordado.
Tesouro Selic
Dessa forma, Priscila aponta que o Tesouro Selic pode ser um investimento interessante para quem quiser aproveitar os juros maiores e não sabe quando pretende resgatar o montante.
Dentre os modelos de investimentos apontados pela Yubb, a poupança é a única que, se considerada a inflação na conta, tem um rendimento negativo de 1,59%.
Carlos Macedo, especialista em alocação de investimentos da Warren, afirma ainda que com os conflitos geopolíticos, como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, além da política de zero-Covid da China – que continua afetando a cadeia produtiva global – a alta inflacionária tende a continuar, colocando os títulos indexados ao IPCA como a melhor classe em termo de performance.
Pré-fixados
Os especialistas entrevistados pelo CNN Brasil Business destacaram ainda que títulos pré-fixados valem a pena para períodos até o fim deste ano.
“Períodos mais longos são arriscados nesse cenário, considerando que provavelmente teremos novos aumentos na taxa de juros”, diz Fabio Louzada, economista, fundador e CEO da escola Eu me banco.
De acordo com o Boletim Focus do Banco Central divulgado na segunda-feira (2), a projeção do mercado financeiro para a inflação em 2022 avançou de 7,65% para 7,89%. Essa é a 16ª alta semanal consecutiva na mediana das previsões para o IPCA.
O boletim também apontou que os analistas também elevaram as previsões para a taxa básica de juros, a Selic, em 2023, de 9% ao ano para 9,25% a.a.. Neste ano, é esperado que a taxa alcance os 13,25% ao ano.
Assim, diante deste cenário, Louzada também realizou para o CNN Brasil Business uma lista em ordem de preferência para se investir no atual contexto geopolítico e econômico:
Pós-fixado
Atrelado ao IPCA, se o montante não for retirado no meio do caminho;
Prefixado curto, até 2024
Ainda quero as ações
Se o investidor ainda tem interesse em aproveitar as oportunidades no mercado de ações, independentemente do cenário econômico global, os analistas recomendaram que os acionistas fiquem no Brasil porque os múltiplos estão mais baratos se comparado com o exterior e essa é uma oportunidade de aproveitar a alta das commodities.
Mario Mariante, analista-chefe da Planner Corretora, destacou que o preço de insumos e matérias-primas pesaram sobre boa parcela dos balanços divulgados até agora e não há uma tendência de redução no curto prazo.
Assim, para ele, as companhias de commodities não devem sair do radar dos investidores. Vale lembrar que o Ibovespa é composto por cerca de 33% de companhias que trabalham com matérias-primas.
Já Vitorio Galindo, head de análise fundamentalista da Quantzed, aponta que as companhias do setor de seguros devem se beneficiar com a alta dos juros.
Ele explica que empresas de seguros têm o dinheiro dos prêmios que recebe e o montante fica no caixa até que tenha que pagar sinistro ou não (se isso acontecer, o valor fica retido no caixa da companhia).
“O dinheiro parado é remunerado pela CDI. Se o CDI está 2%, o retorno é muito pequeno, mas com a CDI a mais de 10%, isso é muito relevante”. Assim, há empresas do setor que conseguem retorno financeiro maior do que próprio resultado operacional.
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um título emitido em operações feitas entre instituições bancárias.
E, nos investimentos, de acordo com a gestora Magnetis, tanto o certificado quando a Selic são taxas próximas, que costumam ter 0,10 ponto percentual de diferença. Ou seja, quando a taxa básica de juros sobe, o CDI sobe consecutivamente.
Com informação da CNN Brasil
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