A Renault disse nesta sexta-feira (22/10) que cortará a produção em 500 mil carros neste ano, mais do que o dobro da previsão anterior, devido à escassez global de semicondutores, mas manteve sua perspectiva de lucro ajudada pelos preços mais altos dos carros e cortes de custos.
Linha de montagem da Renault em São José dos Pinhais (PR). Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
Falando com analistas, a diretora financeira da Renault, Clotlide Delbos, disse que a visibilidade da montadora sobre a escassez de chips no quarto trimestre “ainda era muito ruim porque as informações dos fornecedores eram incertas”.
Delbos disse que a escassez de chips deve diminuir um pouco até dezembro com o fim de um bloqueio por Covid-19 na Malásia, mas disse que permanecerá restrito durante grande parte de 2022.
Aumento de preços
Questionada sobre outras matérias-primas, ela disse que a Renault não enfrenta escassez, mas aumentos de preços.
A previsão da montadora francesa é mais do que o dobro das 220 mil unidades previstas no início de setembro e representa cerca de 13% dos 3,75 milhões de veículos vendidos pela Renault em 2019 antes da pandemia.
A lista de espera de pedidos atingiu um pico de 15 anos no final de setembro, para o equivalente a 2,8 meses de vendas.
No terceiro trimestre, os modelos elétricos, híbridos plug-in e híbridos representaram mais de 31% das vendas da Renault.
A Renault disse que a receita do terceiro trimestre caiu 13,4%, a 8,98 bilhões de euros, de 10,37 bilhões um ano antes, com os preços mais altos ajudando a compensar parte da queda de 22,3% nas vendas globais.
A empresa reiterou que sua margem operacional para o ano será de cerca dos 2,8% reportados no primeiro semestre.
Com informação da Reuters
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