Após semanas de tensão, a Rússia atacou a Ucrânia nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira (24), gerando reações de líderes mundiais e da Otan. Uma operação militar nas regiões separatistas do leste ucraniano, explosões e sirenes foram ouvidas em várias cidades do país.
Tanques entram em Mariupol após presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenar invasão da Ucrânia. Foto: Reuters/Carlos Barria
As forças russas invadiram a Ucrânia por terra, ar e mar, confirmando os piores temores do Ocidente com o maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Autoridades da Ucrânia informaram que pelo menos 50 pessoas morreram e seis aviões russos teriam sido destruídos.
Na manhã desta quinta, longas filas se formaram nas principais avenidas de Kiev com moradores tentando deixar a região.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convocou a população para defender o país e disse que “cidadãos podem utilizar armas para defender território”.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.
Repercussão pelo mundo
Países da Europa Central iniciaram os preparativos para receber pessoas que fogem da Ucrânia.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Washington e seus aliados imporiam “sanções severas” sobre o que ele chamou de “guerra premeditada” de Putin.
A China rejeitou chamar os movimentos da Rússia sobre a Ucrânia de “invasão” e pediu a todos os lados que exerçam moderação.
A Bélgica pediu que a União Europeia pare de emitir vistos para russos.
Países da Europa acionam Artigo 4º da Otan para lançar consultas sobre a situação — o que poderia desencadear uma resposta conjunta
A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) disse, nesta quinta-feira (24) informou que vai colocar mais de 100 aviões de guerra em alerta máximo e aumentar ainda mais a presença de tropas em seu flanco leste, próximo à Ucrânia.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que haverá uma cúpula virtual de emergência das 30 nações da aliança na sexta-feira, e a eles se juntarão os líderes da Suécia, Finlândia e instituições da União Europeia.
Ucrânia
A Ucrânia luta contra forças russas ao longo de praticamente toda a sua fronteira com a Rússia.
Houve conflito nas regiões de Sumy, Kharkiv, Kherson, Odessa e em um aeroporto militar perto de Kiev, informou um conselheiro do gabinete presidencial.
A autoridade ucraniana disse temer que as forças russas pudessem ser lançadas por via aérea no país e depois tentar penetrar no distrito governamental de Kiev.
O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) disse que os guardas de fronteira ucranianos abandonaram todas as instalações na fronteira russo-ucraniana, segundo a agência de notícias Interfax.
Presidente ucraniano pede para pessoas usarem armas
Horas após o ataque, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, concedeu uma entrevista coletiva liberando o uso de armas para “defender o território “.
Ele pediu doação de sangue e afirmou que todos que estivessem preparados para defender o país deveriam se apresentar às forças militares. Veja algumas das principais frases.
Não temos oponentes políticos agora. Somos todos cidadãos de um país maravilhoso e defendemos nossa liberdade… Nós temos armas defensivas para defender nossa soberania… Qualquer pessoa, esteja pronta para defender seu Estado em praças ou cidades
Com informação da CNN Brasil
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