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Qatar lamenta críticas "sem precedentes" contra o país antes do Mundial 2022



Qatar lamenta críticas "sem precedentes" contra o país antes do Mundial 2022

27/10/2022




O Qatar enfrenta uma "campanha sem precedentes" de críticas durante os preparativos do Campeonato do Mundo de Futebol, que começará dentro 26 dias, informou o emir Tamim bin Hamad al Thani.

 

 

O embaixador do Qatar na Alemanha recebeu um apelo para que o país abolisse a pena de morte para homossexualidade

 

 

O país conservador e rico em recursos energéticos gastou milhões de dólares para organizar o primeiro Mundial num país árabe, mas enfrenta várias críticas relacionadas com os direitos humanos.

 

 

Numa demonstração pública de irritação pouco habitual, o emir Tamim bin Hamad al Thani disse que o Qatar é vítima de "invenções e duplos padrões", insinuando que existem motivos ocultos por trás das críticas.

 

 

"Desde que conquistamos a honra de organizar o Mundial, o Qatar é submetido a uma campanha sem precedentes que nenhum país sede jamais enfrentou", afirmou o emir num discurso.

 

 

A FIFA decidiu em 2010, após um processo de escolha polémico, que o Mundial 2022 seria no Qatar. Desde então, o país enfrenta várias críticas pelo tratamento que tem dado aos trabalhadores migrantes e pela situação dos direitos das mulheres e da comunidade LGBTQ+.

 

 

Abusos contra comunidade LGBTQ+

 

Esta semana, o governo reagiu com indignação a um relatório da ONG Human Rights Watch que acusa a polícia de deter arbitrariamente e cometer abusos contra integrantes da comunidade LGBTQ+, dias antes do Mundial.

 

"Inicialmente vimos esta questão com boa-fé e, inclusive, consideramos que algumas críticas poderiam ser positivas e úteis, ajudando-nos a trabalhar aspetos que precisam de ser desenvolvidos", disse o emir ao conselho legislativo do Catar.

 

"Mas rapidamente ficou claro para nós que a campanha continua, aumenta e inclui invenções e duplos padrões, até atingir um nível de ferocidade que fez muitos questionarem, infelizmente, sobre os reais motivos por trás desta campanha", acrescentou.

 

 

Pena de morte

 

Em setembro passado, o embaixador do Qatar na Alemanha recebeu um apelo para que o país abolisse a pena de morte para homossexualidade, falando em uma conferência de direitos humanos organizada pela federação alemã de futebol, apenas dois meses antes do país do Oriente Médio sediar a Copa do Mundo.

 

Dario Minden, representando um grupo de fãs, dirigiu-se ao embaixador do Qatar , Abdulla bin Mohammed bin Saud Al Thani, em inglês no congresso em Frankfurt.

 

" Sou homem e gosto de homens ", disse Minden. "Gosto deles, não se surpreenda, tenho relações com outros homens. Isso é normal. É que o futebol é para todos. Não importa se você é lésbica, se você é gay. É para todos. Para meninos. Para meninas. Para todos no meio."

 

 

"Um grande teste "

 

O Mundial de 2022 deve atrair mais de um milhão de adeptos estrangeiros para a pequena península, que tem menos de três milhões de habitantes.

 

"O evento é uma oportunidade para mostrar quem somos, não apenas como economia e instituições, mas também a identidade da nossa civilização", afirmou o emir.

 

"É um grande teste para um país do tamanho do Qatar que impressiona o mundo inteiro com o que conseguiu", destacou.

 

A homossexualidade é considerada um crime no Qatar e os críticos afirmam que os direitos das mulheres são restringidos por leis de tutela masculina.

 

O país árabe também enfrenta acusações a respeito das condições de trabalho dos migrantes que construíram a infraestrutura que permitiu o milagre económico do Qatar.

 

Os estrangeiros representam mais de 2,5 milhões da população de 2,9 milhões de habitantes.

 

As condições nas empresas de construção civil foram condenadas por sindicatos internacionais, que criticaram as normas de segurança e os longos horários de trabalho em elevadas temperaturas.

 

Grupos como Human Rights Watch e Amnistia Internacional insistem que o Qatar e a FIFA deveriam fazer mais para compensar as famílias dos trabalhadores que morreram ou ficaram feridos nos projetos. Isto é, as organizações querem que a FIFA pague uma indemnização de cerca de 445 milhões de euros, equivalente ao prémio recebido pela seleção campeã do mundial.

 

Porém, os mesmos líderes sindicais que criticaram o governo também reconhecem as reformas implementadas.

 

Após uma visita esta semana, Luca Visentini, secretário-geral da Confederação Europeia dos Sindicatos, disse à AFP que mais progressos devem ser alcançados, mas que o Qatar deve ser considerado "uma história de sucesso".

 

"O Mundial foi, sem dúvidas, uma oportunidade de acelerar a mudança e estas reformas podem constituir um bom exemplo a ser aplicado em outros países que recebem grandes eventos desportivos", completou.

 

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, defendeu o Qatar e afirmou que este Mundial 2022 será "a melhor de todos os tempos".

 

 

Com informação da AFP

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