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Proposta de Lula de moeda comum para América do Sul parte de diagnóstico errado, diz economista



Proposta de Lula de moeda comum para América do Sul parte de diagnóstico errado, diz economista

31/05/2023




A proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feita nesta terça-feira, 30, na cúpula de países sul-americanos, de criar uma moeda comum para fins comerciais entre os 12 países da América do Sul é “inoportuna” e com “motivação errada”.

 

 

 

 

A avaliação é do economista Livio Ribeiro, pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).

 

A premissa do governo, ao propor a criação de uma moeda única para os países do bloco, seria que a indisponibilidade de divisas estaria limitando o volume de negócios. “Os países não teriam volume suficiente de moeda forte para fazer a quantidade de transações que desejariam”, afirma.

 

No entanto, para o economista, a questão para o fraco comércio entre os países é outra: os países do bloco não comercializam volumes maiores porque não há demanda pelos produtos.

 

Para constituir uma moeda única seria necessário, por exemplo, determinar regras de conversão para as diferentes moedas locais, definir a caixa de compensação, a taxa de câmbio, as regras institucionais para defender a moeda de um eventual ataque especulativo, além de estabelecer onde a moeda seria depositada e quem seria o custodiante.

 

“Não seria algo para ser resolvido em semanas, meses ou em dois a três anos”, diz.

 

Ribeiro destaca que, para a proposta finalmente andar, a moeda única teria que ser forte e despertar o interesse dos importadores e exportadores em detê-la. “Não adianta nada eu estar lotado de moeda e depois ter dificuldade para convertê-la”, observa o economista.

 

Real forte

 

Nesse sentido, ele diz que o real regionalmente já é a moeda forte e que poderia ser usada como moeda única regional.

 

“Se você parte do diagnóstico que o problema é a ausência de divisas, que eu acho que está errado, faz muito mais sentido promover as transações em reais do que criar uma outra unidade de conta.”

 

Além disso, ele observa que, entre os países do Mercosul, já existem mecanismos para realizar transações comerciais em moedas locais. No entanto, esse tipo de negócio responde por uma parcela muito pequena, cerca de 5% dos volumes transacionados.

 

“A discussão de uma moeda comum é um desvio desnecessário, na medida em que uma série de outros caminhos poderiam ser utilizados para promover o comércio regional e não é a existência de uma moeda comum que resolve um problema que pode ser de demanda”, afirma Ribeiro.

 

Com informação do Estadão

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