Portugal vai acelerar a emissão de vistos de imigrantes para trabalhadores estrangeiros, membros de países lusófonos, estudantes universitários e nômades digitais para ajudar a combater a escassez de mão de obra e reanimar a economia do país.
A ministra de Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, anunciou na quarta-feira (15) a criação de um novo tipo de visto para buscadores de emprego, que permite a entrada em território nacional português de estrangeiros buscando trabalho em até 180 dias.
"Esse documento prevê a remoção de barreiras burocráticas que impediam a concessão rápida de vistos. Novos vistos serão criados, especialmente os vistos para procura de trabalho, as cotas para os que buscam trabalho serão eliminadas e, portanto, será mais fácil encontrar oportunidades de emprego em Portugal", afirmou a ministra.
Os chamados nômades digitais receberão o direito à residência ou à estadia temporária, e os cidadãos britânicos, através de dados biométricos, terão acesso a tudo que "todo cidadão aqui tem" apesar do Brexit, acrescentou a ministra.
Escassez de trabalhadores
Portugal tem enfrentado escassez de trabalhadores, especialmente no setor de hospitalidade e turismo, um dos principais motores da economia, mas a ministra se recusou a dizer quantos pedidos de vistos são esperados.
O projeto deve ser facilmente aprovado pois o Partido Socialista, que está no governo, tem a maioria no Parlamento.
Empregados, mas, sem poder de compra
Reyes Villajos, representante da UGT dos trabalhadores estrangeiros em Portugal, salientou que todos sofrem "problemas comuns" apesar de terem sido contratados por instituições de diferentes ministérios. "Compartilhamos o abandono do grupo e a não reavaliação dos salários", disse. "Também não queremos que seja associado a um único país porque é uma situação generalizada", acrescentou.
Os trabalhadores residentes em Portugal dizem ter perdido 23,5% em poder de compra em 13 anos devido ao aumento dos preços da energia, alimentação e habitação, que dispararam em Lisboa e no Porto devido ao aumento do turismo e da especulação imobiliária. "Perdemos quase um quarto do salário", sublinha Villajos.
Sua lista de demandas também inclui a atualização das categorias trabalhistas, a melhoria dos recursos de pessoal e de mídia nos escritórios espanhóis no exterior e um acordo que regula as condições de trabalho do pessoal contratado. “Somos uma exceção dentro da Administração do Estado por falta de acordo”, destacou o representante da UGT.
Com informação da Reuters
|