A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) e o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal) afastaram qualquer possibilidade de que o anúncio de férias coletivas feito por quatro das principais montadoras de veículos do País se repita no Polo de Duas Rodas da Zona Franca de Manaus (ZFM).
Anfavea: a demanda da sinais de desaceleração para 2023. Foto: divulgação
Vice-presidente da Fieam, o empresário Nelson Azevedo afirmou que ao menos até o momento não existe pré-anúncio de férias coletivas para os trabalhadores do setor.
Segundo ele, o setor de duas rodas está tendo uma boa recuperação. Azevedo preside também o sindicato patronal que envolve as multinacionais do setor, como a Moto Honda da Amazônia e a Yamaha, principais montadoras de motocicletas de Manaus. O sindicato é formado por mais de 60 empresas do ramo metalúrgico e mecânico.
“Tivemos um bom desempenho nos meses de janeiro e fevereiro. A notícias que temos até o momento é que isso continua, mas logicamente que fazemos parte do mercado brasileiro. O custo do carro está elevado, quem sabe que isso pode ser favorável para o polo de duas rodas e de bicicletas, que ainda está com uma dificuldade devido à falta de componentes importados”, avaliou Azevedo.
Sinalização
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valdemir Santana, disse que nenhuma empresa do setor de bicicletas ou motocicletas sinalizou com férias coletivas. Santana projeta que neste ano a produção de motocicletas deve superar o ano passado.
“Aqui não temos esses problemas. O setor de motocicletas, no ano passado, fez quase um milhão e meio de motos e neste ano vai chegar em torno de mais de um milhão e meio de motos. Há problema apenas no setor eletroeletrônico devido a decreto do governo anterior”, analisou o sindicalista.
Número
Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) apontam que no ano passado foram produzidas no Polo Industrial de Manaus (PIM) 1.413.222.
O levantamento estima que o volume foi 18,2% superior ao registrado em 2021 (1.195.149 motocicletas) e representa o melhor resultado para o segmento desde 2014 (1.517.662 unidades).
Entenda
Com o mercado em desaceleração, ao menos quatro montadoras anunciaram férias coletivas entre março e abril em suas fábricas no Brasil. As paralisações na produção vão ocorrer em unidades da General Motors, Hyundai, Volkswagen e Stellantis, que reúne marcas como Fiat, Peugeot, Citröen.
Além da falta de componentes para produção, as paradas visam adequar a produção à demanda do mercado. Na prática, as montadoras vão pisar no freio para evitar a formação de grandes estoques, motivados pelo atual cenário econômico.
Um dos motivos é a alta inflação - o aumento no preço dos carros vem desde o final de 2020 e tem sido sentido cada vez mais. Recentemente, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou que a demanda realmente dava sinais de desaceleração para 2023.
Com informação do ACritica
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