Documento sem título






 











Petrópolis: vítimas tentam retomar vida, mas sem definição de moradia



Petrópolis: vítimas tentam retomar vida, mas sem definição de moradia

26/02/2022




Passados 11 dias da tragédia que assolou Petrópolis e que tirou a vida de pelo menos 217 pessoas, a preocupação dos sobreviventes passa a ser onde morar.

 

 

Desabrigados buscam roupas em centro de distribuição de donativos. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

 

 

Nos primeiros dias que se seguiram ao temporal de 15 de fevereiro, a maioria buscou abrigo na casa de parentes, de amigos ou em abrigos - que nesta sexta-feira (25) reuniam 889 pessoas, em 13 pontos de apoio.

 

 

Porém, com o passar do tempo, a busca passou a ser por um endereço próprio, pois dividir o espaço com estranhos ou mesmo familiares não é algo fácil, por causa do aperto ou do comportamento dos outros, o que muitas vezes acaba gerando atritos.

 

 

No Morro da Oficina, é grande o número de pessoas subindo e descendo as ladeiras, trazendo nas mãos sacolas com o pouco que restou de suas vidas, objetos e peças de roupas localizados dentro dos imóveis que não foram abaixo, mas que não têm mais condições de segurança, por estarem à beira de barrancos, com as paredes rachadas ou em frente a enormes buracos que se abriram no chão.

 

 

A prefeitura de Petrópolis foi procurada para se manifestar sobre o andamento dos processos de aluguéis sociais, mas não se pronunciou até a publicação da matéria.

 

 

Donativos

 

Em uma grande tenda armada na rua em frente ao Morro da Oficina, milhares de peças de roupas e centenas de pares de calçados são disputados por moradores atingidos pela tragédia. Alguns ficaram sem nada, apenas com a roupa do corpo.

 

 

Outros tentam pegar algo para entregar a parentes ou amigos, igualmente atingidos.

 

 

“Na semana que caiu a gente teve que sair [de casa] porque tinha risco. Só que a gente não tem para onde ir e voltamos para casa. Esse é o grande problema. O aluguel social aumentou [de valor], porém os aluguéis aumentaram junto”, disse Kathlen Fonseca, que está grávida de 7 meses e tentava encontrar, na montanha de donativos, roupas de cama, toalhas de banho e sapatos.

 

Ao lado dela, outras pessoas também tentavam conseguir uma roupa que servisse ou um par de calçados, que estavam todos misturados, tornando difícil encontrar o par certo.

 

“Eu perdi tudo. Caiu, desmoronou. Todos se salvaram, pois saímos rápido. Agora estou na casa de uma prima. Estou procurando roupas, mas sapato ainda não consegui. Até agora ninguém falou de aluguel social. Eu não quero mais morar aqui, pretendo ir embora. É muita lembrança ruim de Petrópolis”, disse a aposentada Sandra Viana, que trouxe o filho para ajudar.

 

 

Continua a busca de desaparecidos

 

Enquanto isso, no alto do Morro da Oficina, o trabalho dos bombeiros e socorristas continuava na busca de desaparecidos. Com a ajuda de cães farejadores e informações de parentes, eles formavam grupos, atuando em determinadas áreas onde era provável a localização dos corpos.

 

 

As equipes são guiadas pelo faro dos cães da corporação, alguns vindos de outros estados. É o caso dos bombeiros catarinenses Thiago Amorim, com a cadela Moana, de Itajaí, e Guilherme Galli, com o cão Sasuke, de Lages, ambos animais da raça Labrador.

 

 

Os bombeiros de Santa Catarina Thiago Amorim e Guilherme Galli trabalham com os cães farejadores da raça labrador Moana e Sasuke na busca por vítimas do deslizamento de terra no Morro da Oficina, após as chuvas em Petrópolis.

 

 

“A gente emprega os cães com intervalos necessários para o descanso deles. Tudo é feito de acordo com a saúde física do animal. Eles não são colocados em nenhuma condição que não estejam aptos para atuar. Grande parte das vítimas que foram encontradas nesta tragédia foi por indicação dos cães. Estamos há oito dias atuando aqui. É uma situação que cansa não apenas a parte física, mas também a parte mental, do humano e do cão”, contou Amorim.

 

 

No total, são 50 duplas de homens e cães, incluindo equipes dos estados de São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina e das cidades fluminenses de Magé, Teresópolis e Rio de Janeiro.

 

 

Com informação da Agência Brasil

Compartilhe

<p>Petrópolis: vítimas tentam retomar vida, mas sem definição de moradia</p>

 
Galeria de Fotos
 










 
   
   
Whatsapp