A Sexta-Feira Santa marcou a volta das celebrações da Paixão de Cristo em Roma, depois de dois anos de pandemia. O Papa Francisco participou da Via-Sacra, cercado de fiéis. Em Jerusalém, o dia foi marcado por confrontos entre israelenses e palestinos.
Enquanto cristãos católicos, em procissão na Cidade Velha de Jerusalém, percorriam o caminho que, segundo a tradição, Jesus fez até a cruz, na mesquita de Al-Aqsa voltava a tensão.
Confrontos
No lugar sagrado para judeus e muçulmanos, mais de 150 palestinos ficaram feridos com balas de borracha ou por espancamento.
A polícia israelense acusou os palestinos de jogarem pedras na direção dos policiais. Disse que entrou no complexo de Al-Aqsa para dispersar a multidão e que três oficiais ficaram feridos nos confrontos.
O diretor da mesquita, Sheikh Omar al-Kiswani, condenou duramente a ação: “Esta opressão e esta barbárie pela ocupação reprimiram o nosso povo e esvaziaram o local”.
Desde março, os palestinos mataram 14 israelenses em ataques de rua e as forças israelenses mataram 29 palestinos. O temor é que os confrontos desta sexta agravem o conflito.
No Vaticano
Na sede mundial do catolicismo, o Papa Francisco celebrou a Paixão do Senhor, ritual que lembra o sofrimento de Jesus crucificado.
Por causa das fortes dores no joelho, o Papa não se prostrou diante da cruz. Apenas a beijou.
Depois de dois anos de pandemia, o Papa Francisco voltou a celebrar a Via Crucis no Coliseu, o monumento mais importante de Roma, teatro do Antigo Império, de espetáculos cruéis onde foi derramado o sangue dos primeiros mártires. Em 1750, com o Papa Bento 14, a Via Crucis foi revivida no local pela primeira vez. E desde 1965, com Paulo VI, esta tradição se mantém.
Sob a luz de tochas, na atmosfera mágica de antiguidade, as 14 estações do calvário e morte de Cristo foram recriadas.
A cruz, símbolo máximo da fé cristã, foi carregada por 11 famílias, entre elas uma jovem, outra numerosa, uma família de idosos, uma russa e uma ucraniana.
O Papa Francisco não se deixou levar pelas críticas. “Diante da cruz tem lugar para todos”, declarou o Vaticano.
As meditações foram escritas pelas próprias famílias, inspiradas na vida cotidiana. Na alegria do afeto compartilhado, nos problemas dos casais, nas preocupações com os filhos ou na tristeza pelas doenças.
Francisco vive a sua décima Páscoa como pontífice, uma Páscoa de guerra.
Com infortmação da Reuters
|