A oposição venezuelana agendou para 22 de outubro as primárias para definir um candidato para enfrentar o presidente socialista Nicolás Maduro nas eleições previstas para 2024, disseram organizadores do processo nesta quarta-feira (15).
Comissão Nacional de Primárias anuncia data da consulta da oposição. Foto: Miguel Gutiérrez (EFE)
"É nossa data, a estamos encarando com a maior certeza e o maior rigor", disse a jornalistas Jesús María Casal, presidente da comissão nacional das primárias. Ela afirmou que as primárias representam um exercício de direitos.
Entre os passos necessários para avançar no processo, será solicitada a atualização do registro eleitoral para a inclusão de novos eleitores, disse Casal.
"Vamos passo a passo, o passo agora são os centros de votação, o dia de inscrição e registro e, assim, seguimos avançando", afirmou Casal sobre o cronograma das primárias.
Opositores inabilitados
Nos círculos políticos locais é dado como certo que o sistema legal chavista poderia a qualquer momento tomar decisões para impedir alguns candidatos de participar, ou vetar legalmente um candidato eleito, como aconteceu no passado. Sobre essas questões há longas discussões internas dentro da oposição, mesmo sem resoluções públicas.
Alguns membros da oposição da Venezuela foram inabilitados politicamente. Os mais conhecidos são os seguintes:
Henrique Capriles, duas vezes candidato à Presidência, inabilitado por 15 anos para exercer cargos públicos desde 2017 por "irregularidades administrativas" quando era governador do estado de Miranda, uma acusação que ele nega;
Juan Guaidó, ex-presidente da Assembleia Nacional que tinha se autoproclamado "presidente encarregado" em 5 de janeiro de 2019, alegando que a reeleição de Maduro foi uma fraude, recebendo o apoio imediato dos Estados Unidos e de outros cerca de 50 países e, hoje, alvo de várias investigações no Ministério Público;
Leopoldo López, fundador do partido Vontade Popular, hoje exilado na Espanha, acusado de ter participado da organização de uma tentativa de golpe de Estado.
Casal, a presidente da comissão nacional das primárias, afirmou que se essas pessoas poderão, sim, se candidatar às primárias.
"As inabilitações políticas não têm nenhum valor nas candidaturas, para se candidatar, não importa que se tenha essa inabilitação porque viola os direitos humanos", disse Casal.
Com informação do jornal El País
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