Chegou ao mercado nacional uma nova vacina contra o herpes-zóster, doença que acomete principalmente idosos e imunocomprometidos, e provoca dores e lesões na pele.
Foto: divulgação
A chamada Shingrix, da GSK, já estava aprovada no país desde 2021, mas não ficou à disposição antes por questões burocráticas.
“Ela já existe há anos nos Estados Unidos e Europa. A demora se deu por questões de importação de suprimentos”, esclarece Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim).
Com duas doses, esse imunizante é voltado para pessoas com mais de 50 anos e imunossuprimidos, que antes não tinham uma opção contra essa infecção. Além da Shingrix, há Zostavax, da MSD, de dose única para pessoas acima da quinta década de vida.
Todos os adultos estão expostos ao herpes-zóster, causado pela reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo da catapora. Mas nenhuma das duas vacinas está disponível no SUS.
O que a nova vacina contra herpes-zóster traz de novidade?
A Shingrix foi a primeira a ser testada em imunossuprimidos. Isso porque sua composição apresenta apenas pedaços do vírus, o que proporciona maior segurança para esse público.
Nessas pessoas mais suscetíveis, aumenta consideravelmente o risco de o herpes-zóster provocar neuropatia pós-herpética – uma dor que persiste mesmo após a cicatrização da lesão e que pode durar de 90 dias a um ano. “Ela se estende pelos nervos que acompanham a trajetória das lesões da doença e é de dificílimo tratamento”, esclarece Isabella.
“Além da dor crônica, a doença pode acometer pulmões e cérebro dos grupos mais vulneráveis. O tratamento nesse público e nos idosos também é mais complexo, principalmente porque vários tomam diferentes remédios, o que favorece a interação medicamentosa”, contextualiza Jessé Reis Alves, infectologista e gerente médico de vacinas da GSK. Uma vacina, portanto, ajuda a evitar essas chateações.
Outro ponto é que o novo imunizante tem uma maior eficácia, e que se mantém estável em todas as idades. “Já a Zostavax perde a eficácia conforme os anos avançam. Ou seja, protege menos justamente os mais vulneráveis”, avalia a médica da Sbim. (veja as fichas técnicas mais abaixo).
O preço dos imunizantes pode ser um fator de escolha, a depender do momento de cada um. Enquanto a Shingrix beira os mil reais por dose (são duas doses), a mais antiga Zostavax fica entre R$ 560 e R$ 680 (apenas uma injeção é necessária).
Se o orçamento estiver apertado, uma possibilidade é apostar na Zostavax ao chegar nos 50 e poucos anos. Passados os quatro anos de proteção garantida dessa vacina, “a Sbim recomenda que se busque pelo novo imunizante, que tem proteção mínima de dez anos”, diz Isabella.
Como ter acesso às vacinas?
Ambos os imunizantes só estão disponíveis em clínicas privadas. “Maiores de 50 anos podem buscar o serviço diretamente. Os mais jovens, mesmo que sejam imunossuprimidos, precisam de prescrição médica”, diferencia Geraldo Barbosa, presidente da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC).
Existem diversos outros casos que se beneficiariam das doses. As pessoas que convivem com o vírus HIV estão em um dos grupos que mais precisa de atenção. “Hoje as terapias contra aids são melhores e o indivíduo tem mais qualidade de vida. Mesmo assim, o risco de sofrer consequências graves do herpes-zóster é maior”, analisa Alves.
Eficácia: 70% nos maiores de 50 anos, e 37% nos maiores de 70 anos.
Preço: de R$ 560 a 680.
Com informação da Veja Saúde
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