Foto: Sejusc
A maioria dos lares amazonenses é chefiada por mulheres. É o que aponta a mais recente edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (20).
Segundo o levantamento, em 2023, o estado possuía 1,2 milhão de domicílios. Desse total, 658 mil eram comandados por mulheres, enquanto 569 mil estavam sob a responsabilidade de homens. A pesquisa define como chefe de domicílio a pessoa de 12 anos ou mais reconhecida pelos demais moradores como tal.
Os números do Amazonas seguem uma tendência nacional: dos 77,6 milhões de lares brasileiros, 40,1 milhões são liderados por mulheres, enquanto 37,4 milhões têm homens como responsáveis.
Mulheres em busca de alternativas
Para a doutora em ciências sociais Iraildes Caldas, o protagonismo das mulheres como chefes de família está atrelado a sua resiliência em buscar alternativas de sustento, muitas vezes enfrentando desafios que homens evitam.
“São as mulheres que mais se dispõem a enfrentar qualquer situação para manter a sobrevivência da família. Elas não têm vergonha de montar uma banca de churrasco, de fazer guloseimas para vender. Estão mais propensas a qualquer trabalho do que os homens”, analisa.
Outro fator destacado pela pesquisadora é o maior grau de instrução das mulheres em relação aos homens, o que amplia suas oportunidades no mercado de trabalho, inclusive em funções historicamente dominadas por homens.
“O Brasil tem mais mulheres com curso superior do que homens. Além disso, o avanço no mercado de trabalho é impulsionado pelos movimentos feministas e por iniciativas globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que incluem a igualdade de gênero como prioridade”, completa Iraildes.
Contrastes entre chefia e representatividade política
Apesar do avanço no comando dos lares, a representatividade feminina na política amazonense ainda é baixa. Dos 24 deputados estaduais, apenas cinco são mulheres. Na Câmara Municipal de Manaus, o cenário é ainda mais desigual: das 41 cadeiras, apenas três serão ocupadas por mulheres na próxima legislatura (2025-2028).
Essa disparidade também é visível no Executivo estadual. Das 22 secretarias do governo do Amazonas, apenas sete são lideradas por mulheres.
Prioridades nos lares amazonenses
Além de analisar a composição dos domicílios, a pesquisa também apontou os bens mais comuns nas residências do estado. A geladeira é o item mais presente, com 92,7% das casas amazonenses possuindo o eletrodoméstico. Em Manaus, o percentual chega a 98,5%.
A máquina de lavar aparece como o segundo item mais prioritário (65,5% no estado e 81,5% na capital), seguida por automóveis (25% no estado e 35,2% em Manaus).
População feminina é maioria, mas enfrenta desafios
Embora as mulheres representem 50,1% da população do Amazonas, elas continuam enfrentando desigualdades, como salários inferiores aos dos homens e baixa representatividade nos espaços de poder.
Os dados da PNAD Contínua reforçam a importância de políticas públicas que promovam a igualdade de gênero e apoiem as mulheres na busca por melhores condições de vida, seja no mercado de trabalho, na política ou na chefia dos lares.
*Com informações do portal Acritica
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