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Ministério da Saúde exonera diretor de logística da pasta após escândalo de propina



Ministério da Saúde exonera diretor de logística da pasta após escândalo de propina

30/06/2021




O Ministério da Saúde anunciou a exoneração de Roberto Dias do cargo de diretor de Logística da pasta, nesta terça-feira 29/6. A saída do funcionário ocorre após o escândalo de propina denunciado pelo representante da empresa de vacinas Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira que relatou ter recebido pedido, de Dias, de propina de US$ 1 por dose em troca de contrato com o Ministério da Saúde.

 

 

Roberto Dias disse ser alvo de retaliação do representante da empresa de vacinas e afirmou não ter sido comunicado da exoneração 

 

 

A decisão deve ser publicada, hoje, no Diário Oficial da União. 

 

 

A Davati Medical Supply tentava vender 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca a US$ 3,5 cada dose (o valor passou, depois, para US$ 15,5). De acordo com Dominguetti, Dias teria afirmado que a negociação “não avançava dentro do ministério se a gente não compusesse com o grupo, que existe um grupo que só trabalhava dentro do ministério”.

 

 

“Se a gente conseguisse algo a mais, tinha de majorar o valor da vacina, que a vacina teria de ter um valor diferente do que a gente estava propondo”, frisou o representante da Davati Medical Supply. “Aí eu falei que não tinha como, não fazia, mesmo porque a vacina vinha lá de fora e que eles não faziam, não operavam daquela forma. Ele me disse: ‘Pensa direitinho, se você quiser vender vacina no ministério, tem que ser dessa forma’.”

 

 

Questionado sobre qual seria a “forma”, Dias teria apontado: “Acrescentar US$ 1”. “Dariam 200 milhões de doses de propina que eles queriam, com R$ 1 bilhão”, frisou. Segundo o representante das vacinas, o jantar da “propina” aconteceu em 25 de fevereiro, num shopping de Brasília. Ele disse ter considerado a situação ainda mais estranha porque havia mais duas pessoas com Dias. “Era um militar do Exército e um empresário lá de Brasília”, contou.

 

 

Roberto Ferreira Dias teria sido indicado ao cargo pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e a nomeação ocorreu em 8 de janeiro de 2019. O parlamentar nega.

 

 

A CPI da Covid pretende ouvir Luiz Paulo Dominguetti Pereira na sexta-feira. “Brasileiros morrendo de covid, e bandidos atrás de vantagens ilícitas. Precisamos apurar tudo”, afirmou, nas redes sociais, o senador Alessandro Vieira (cidadania-SE), integrante da CPI. O senador Omar Aziz, presidente da CPI, também comentou o assunto, caracterizando como “uma denúncia forte”.

 

 

À GloboNews, Roberto Dias se disse alvo de retaliação por ter cobrado de Dominguetti que comprovasse representar a AstraZeneca, o que, segundo o diretor, nunca aconteceu.

 

 

Mais suspeitas

 

Em outro capítulo sobre a Covaxin, Luis Miranda teria recebido oferta de propina “milionária” para não atrapalhar a compra do imunizante, após ter se reunido com Bolsonaro para alertá-lo sobre irregularidades no contrato. A informação é da Revista Crusoé.

 

 

Conforme a publicação, houve dois encontros em que valores e a garantia de reeleição foram oferecidos ao parlamentar. Em uma das reuniões, Ricardo Barros estava presente.

 

 

Ainda de acordo com a revista, a primeira proposta ocorreu numa reunião numa casa no Lago Sul, em 31 de março. Miranda foi convidado a participar do encontro por um lobista de Brasília para discutir a negociação da vacina indiana. A reunião foi feita com Silvio Assis, homem de confiança de Barros.

 

 

No encontro, Assis tentou fazer de Miranda um aliado e ainda pediu que o parlamentar convencesse o irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, a “parar de criar embaraços para o negócio”, que os dois seriam recompensados pela contribuição. A conversa não avançou.

 

 

Segundo a Crusoé, um mês depois, em maio, uma nova reunião foi feita, no mesmo local. Dessa vez, Assis estava acompanhado de Barros. Assis teria prometido a Miranda uma participação na venda de cada dose ao Ministério da Saúde, de seis centavos de dólar. Caso o governo concluísse a compra de 20 milhões de doses da Covaxin, o deputado levaria US$ 1,2 milhão (R$ 6 milhões).

 

 

Miranda teria se recusado a participar do esquema e, de acordo com fontes da revista, teria chegado a ameaçar dar voz de prisão a Assis. À Crusoé, o parlamentar afirmou que não vai falar sobre a denúncia. Já o lobista Assis confirmou a presença de Miranda na casa, mas negou que o tema dos encontros fosse a compra das vacinas. Barros voltou a negar participação em negociações da Coxaxin.

 

 

 

Com informação da Folha de São Paula e Correio Braziliense

Fotos: divulgação

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