Após a confirmação da primeira morte por febre amarela em 2024, o Ministério da Saúde (MS) emitiu no domingo (28/4), um alerta para intensificar ações de vigilância e imunização nas áreas com transmissão ativa do vírus.
Foto: Divulgação / Semsa
A Prefeitura de Manaus está intensificando as ações de vigilância e vacinação contra a febre amarela, atendendo recomendação do Ministério da Saúde, após a confirmação de casos da doença no município de Presidente Figueiredo e no estado de Roraima. A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) reforça a busca ativa de pessoas não imunizadas contra a doença, e orienta aos usuários não vacinados que busquem uma das mais de 170 salas de vacina da Rede de Atenção Básica para receber o imunizante.
A vacina contra a febre amarela integra o calendário básico de vacinação das crianças de 9 meses a menores de 5 anos, com dose de reforço aos 4 anos, e é indicada para toda a população não vacinada de 5 a 59 anos de idade, em dose única.
A febre amarela é uma doença com alto índice de letalidade. Nos últimos seis meses, quatro casos foram registrados no país, sendo um em Roraima, um no Amazonas e dois no estado de São Paulo, resultando em três óbitos.
Os dois casos mais recentes incluem o falecimento de um homem de 50 anos, residente da região entre Águas de Lindóia e Monte Sião, na divisa de São Paulo e Minas Gerais, ocorrido na última sexta-feira, 26. Além dele, um homem de 28 anos, no município de Serra Grande, também foi diagnosticado com a doença, mas já se encontra recuperado.
Desinformação atrapalha campanhas de vacinação
Embora a febre amarela seja endêmica na região amazônica, ocasionalmente o vírus ressurge em áreas fora dessa região. Sua ocorrência é sazonal, com a maioria dos casos ocorrendo entre dezembro e maio. Os surtos são desencadeados quando o vírus encontra condições propícias para transmissão, como altas temperaturas, baixa cobertura vacinal e alta densidade de vetores e hospedeiros.
O Ministério da Saúde recomenda que as equipes de vigilância e imunização intensifiquem as ações nas áreas afetadas, ampliando-as para os municípios vizinhos, notifiquem a ocorrência de adoecimento ou morte de macacos e estejam atentas aos sintomas de febre leve e moderada em pessoas não vacinadas.
A preocupação é de que comece uma nova onda de transmissão, principalmente por que o principal vetor da doença é o Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue.
Quanto à vacinação, o órgão recomendou a busca ativa de pessoas não vacinadas nas áreas afetadas. Para apoiar as ações, a pasta disponibilizou 150 mil doses extras da vacina contra a febre amarela para o estado de São Paulo na última sexta-feira (27/4), e recomendou o acesso livre à vacinação nas unidades de saúde, sem necessidade de agendamento prévio.
Como é a transmissão?
De maneira geral, a transmissão da doença atualmente ocorre apenas por mosquitos silvestres, que vivem em zonas de mata. Ao Estadão, Regiane de Paula, coordenadora da Vigilância em Saúde (CCD/SES-SP), recomendou que todas as pessoas que planejam viajar para zona da mata, ou seja, "ir para acampamentos, trilhas e cachoeiras", sejam vacinadas o quanto antes.
No ciclo urbano, a febre amarela também pode ser transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue, mas casos desse tipo não são registrados no País desde 1942.
Quais os sintomas da febre amarela?
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas iniciais da doença são: febre de início súbito, calafrios, dores na cabeça, nas costas e no corpo em geral, além de enjoo, vômito e fraqueza.
Via de regra, as pessoas melhoram após esses sintomas, mas 15% ficam cerca de um dia sem sintomas e, depois, evoluem para quadros mais graves. Por isso, é importante ter um acompanhamento médico.
A febre amarela é grave?
Pode ser. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 20 a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Por isso, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica.
Qual é o tratamento?
O tratamento é apenas em relação aos sintomas, que deve ser realizado com orientação médica. Por isso, a principal medida de proteção contra a febre amarela é a vacinação.
Com informação do Correio Braziliense
|