Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, medidas emergenciais foram discutidas e implementadas em conjunto com autoridades do Amazonas.
Foto: Divulgação/MAPA
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou a ocorrência de um novo foco de monilíase do cacaueiro (Moniliophthora roreri) no município de Urucurituba, no Amazonas. A informação foi divulgada na terça-feira (16).
A Monilíase é uma doença que afeta cacaueiros e cupuaçuzeiros, causada pelo fungo Moniliophthora roreri. Ele ataca os frutos em qualquer estágio de desenvolvimento e pode causar grandes perdas econômicas, comprometendo até 100% da produção.
A suspeita de ocorrência da praga foi verificada no dia 24 de junho durante ações de vigilância fitossanitária conduzidas pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), e confirmada no dia 2 de julho, por meio de análise laboratorial realizada pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia (LFDA/GO).
Segundo o MAPA, medidas emergenciais foram discutidas e implementadas em conjunto com autoridades do Amazonas, antes mesmo da confirmação oficial da doença.
“Procedemos com a interdição imediata da propriedade afetada para evitar qualquer propagação da praga, implementamos técnicas de erradicação para eliminar a monilíase na propriedade foco e proibimos o trânsito de frutos e amêndoas do município afetado para outras regiões”, relata a diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da SDA, Edilene Cambraia.
Para evitar a dispersão da praga para as áreas que ainda não tem presença da doença, foram aumentadas as fiscalizações do trânsito de materiais vegetais (frutos, plantas) hospedeiros da monilíase.
“Aumentamos a fiscalização sobre o trânsito de vegetais e iniciamos campanhas de conscientização e treinamento em Urucurituba e em 10 municípios vizinhos entre Itacoatiara e Parintins na divisa com o Pará, maior produtor de cacau do país, que estão em plena execução”, acrescentou Edilene.
O MAPA também prorrogou a declaração de emergência fitossanitária no Amazonas e nos estados do Acre e Rondônia, com a inclusão do estado do Pará em virtude do aumento do risco fitossanitário. Também já foi encaminhado ao governo amazonense o pedido de restrição da emissão de notas fiscais interestaduais de amêndoas de cacau provenientes do estado.
A doença atinge somente as plantas hospedeiras do fungo, sem riscos de danos à saúde humana.
MONILÍASE DO CACAUEIRO NO BRASIL
A praga no Brasil teve seu primeiro foco identificado em julho de 2021 em área residencial urbana no município de Cruzeiro do Sul, interior do Acre. Em novembro de 2022, o segundo foco foi detectado no município de Tabatinga, no estado do Amazonas, dessa vez, em comunidades rurais ribeirinhas.
Ambos os estados se encontram sob ações permanentes de controle, com vistas à sua erradicação.
Na América do Sul, a praga já se encontra presente no Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru.
Com informações da Assessoria.
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