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Música e dança marcam início do Festival Psica 2024 em Belém



Música e dança marcam início do Festival Psica 2024 em Belém

17/12/2024




Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

 

Na cidade em que a chuva dá as caras praticamente todos os dias às 16h, os integrantes do Cortejo Encantado marcaram para as 17h dessa sexta-feira (13) a apresentação de música e dança que marca o início do Festival Psica, em Belém, capital paraense. O evento é considerado um dos maiores festivais de música da região Norte.

 

Representantes de manifestações culturais como o Boi Caprichoso, do tradicional boi-bumbá de Parintins, interior do Amazonas, e do Arraial do Pavulagem, grupo cultural belenense, além de moradores da cidade e turistas se divertiram pelas ruas do bairro Cidade Velha - centro histórico da capital paraense - até o Píer das 11 Janelas, banhado pela Baía do Guajará. No trajeto, passaram por locais como a Catedral da Sé, cenário de parte da procissão do Círio de Nazaré, que acontece sempre em outubro.

 

O fim do cortejo é a senha para o início de shows em cinco palcos espalhados pela Cidade Velha, cada um com um ritmo musical. Com curtas caminhadas, o público pode se alternar entre as atrações, todas de graça.

 

Com mais de 50 apresentações, que ocuparão também o Estádio Olímpico do Pará Jornalista Edgar Proença, ou simplesmente o Mangueirão, o Festival Psica de 2024 tem como objetivo a busca e exaltação da cultura pan-amazônica, entendida como a união de todos os países e estados que têm o bioma amazônico no território.

 

O conceito Pan-Amazônia envolve os países que têm a floresta amazônica em seu território. Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, as Guianas e o Suriname, além do Brasil. O movimento social se apropriou desse conceito como sendo a luta desses povos.

 

Dourada


O diretor do festival, Jeft Dias, explica que para dar simbolismo ao pan-amazônico, o evento neste ano tem como tema Psica Dourada, em referência à espécie de peixe que nasce nos Andes, percorre rios, incluindo o Amazonas, até chegar à Baía do Marajó, no Pará, onde se reproduz, e volta para a cordilheira dos Andes, em uma jornada de 11 mil quilômetros.

 

“Esse ciclo é muito representativo, acaba conectando vários países da Amazônia”, ressalta. O diretor faz uma analogia entre o ciclo de vida da dourada e a cultura pan-amazônica.

 

A gente pode falar de como a cultura vai se influenciando e se retroalimentando, como a gente recebe, aqui no Pará, a influência da Colômbia, do Peru, da Guiana Francesa, com diversos ritmos musicais, cúmbia, zouk, salsa, merengue", exemplifica.

 

“A gente cria as nossas coisas, a gente cria lambada, guitarrada, tecnobrega, calipso, todos esses ritmos que envolvem a nossa cultura aqui e, em algum momento, isso sai daqui também, volta para Iquitos, no Peru, vai para a Colômbia, Guiana, Suriname, é a volta da dourada”, completa.

 

O belenense Marcello Victor Coelho acompanhou o cortejo e considera que a atração pelas ruas da Cidade Velha representa a junção da cultura latina e “ascensão da cultura nortista como um todo”.

 

“Eu acredito que o tema desse ano - a dourada - o peixe que conecta todos esses países latinos, tende a criar uma conexão maior com as pessoas, um clima de turismo pré-COP30 em Belém”, disse Coelho à Agência Brasil, se referindo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que será realizada de 10 a 21 de novembro de 2025 na capital paraense.

 

Resistência indígena


Enquanto o vento agitava as águas da Baía do Guajará, no palco do Píer das 11 Janelas (recebe esse nome por ficar perto do prédio histórico chamado Casa das 11 Janelas), a cantora indígena Djuena Tikuna se apresentava acompanhada pelo grupo de percussão Trio Minari. A música cantada na língua mãe, o tikuna, recebia a contribuição de instrumentos sonoros indígenas e reprodução do som de pássaros e da natureza.

 

Para Djuena Tikuna, que é do Amazonas, poder cantar na língua materna no festival é uma forma de resistência.

 

*Fonte: Agência Brasil

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