Em Londres, 8% das esculturas públicas retratam animais, enquanto apenas 4% retratam mulheres, de acordo com o estudo da instituição de caridade britânica Art UK, publicado na quinta-feira (21).
Negros representam apenas 1% das esculturas da cidade, com mulheres negras respondendo por 0,2%, concluiu.
Os números contrastam com as estátuas e esculturas dedicadas aos homens, que representam mais de 20% dos 1.500 monumentos da cidade e mais de 79% de todas as estátuas dedicadas a “pessoas nomeadas”, disse o relatório.
No topo
Realeza, figuras militares, políticos, escritores, artistas, designers e atores estão entre os temas masculinos mais comumente retratados, disse Art UK.
O grupo vem coletando dados sobre as esculturas de Londres desde 2017, como parte de um grande projeto de pesquisa, que é financiado em parte pela prefeitura. Entre as maiores cidades do Reino Unido, Londres tem a maior porcentagem de esculturas dedicadas à mulheres.
Em todo o país, a Rainha Vitória, que reinou de 1819 a 1901, é a mulher mais representada.
Muitos dos monumentos da Grã-Bretanha enfrentaram um acerto de contas desde os protestos globais contra o racismo sistêmico e a desigualdade no ano passado.
Em junho de 2020, manifestantes do Black Lives Matter em Bristol, Reino Unido, derrubaram uma estátua do comerciante de escravos do século 17, Edward Colston, e a rolaram pelas ruas antes de despejar no rio Avon.
Naquele mesmo mês, um conselho local em Dorset, no sul da Inglaterra, anunciou que removeria uma estátua do fundador do Escoteiro, Robert Baden-Powell, seguindo o conselho da polícia de que estava em uma “lista de alvos para ataque”. Os críticos de Baden-Powell dizem que ele tinha opiniões homofóbicas e racistas.
Com uma história colonial de séculos – e uma mania por erguer estátuas no século 19 – as cidades britânicas são pontilhadas por monumentos de figuras como Colston e Baden-Powell.
Mais diversidade
Este ano, a Comissão anunciou que iria criar um fundo de 1 milhão de libras (aproximadamente R$ 780 milhões) para criar novos marcos em Londres que “refletissem melhor a diversidade da capital e as realizações de todos que contribuíram para o sucesso da cidade.”
O estudo da Art UK é a primeira auditoria abrangente dos monumentos públicos de Londres e será usado para informar o trabalho da Comissão.
Com informações da CNN Brasil
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