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Lideranças propõem "agenda da Amazônia" para o próximo governo



Lideranças propõem "agenda da Amazônia" para o próximo governo

11/03/2022




A rede apartidária “Uma Concertação pela Amazônia”, que hoje soma mais de 500 lideranças do setor público e privado, economistas, ambientalistas e pesquisadores, construirá uma agenda ambiental para os primeiros cem dias do governo eleito, com uma estratégia para reverter o desmatamento.

 

 

 

 

 Além disso, quer conseguir ao menos 40 parlamentares no Congresso e dez governadores que defendam propostas de desenvolvimento sustentável para a região. O foco destes esforços, em 2022, será nos eleitores.

 

 

A concertação busca conseguir colocar mais de 1 milhão de pessoas nas ruas do país no dia da Amazônia, em setembro. Formada em 2020 e hoje um hub de inteligência política, conhecimento e diálogo da região, a concertação quer dar centralidade à Amazônia no debate político. Uma das ideias é constituir uma forte bancada ambiental que faça contraponto à frente ruralista.

 

 

“A ideia é conseguir, na constituição do Parlamento, representantes que tenham a Amazônia como visão de país e não apenas que a olhem como o seu território político”, disse ao Valor Roberto Waack, membro fundador da concertação e presidente do conselho do Instituto Arapyaú. “A ideia é termos no Congresso parlamentares com repertório e qualidade para discutir os temas da Amazônia”, segue Waack.

 

 

“Acreditamos que a Amazônia, pela sua relevância para o país e para o mundo, deveria ser central na discussão que vem pela frente”, continua. “Obviamente desmatamento é um dos pontos a serem considerados no debate sobre Amazônia, mas certamente a região representa muito mais do que essa terrível situação.”

 

 

Amazonia e as eleições

 

Essas ideias surgiram na primeira plenária do ano da concertação pela Amazônia, na segunda-feira, com mais de 160 membros presentes. O tema era a “Amazônia e as eleições 2022”. A intenção da plenária foi discutir formas e meios de posicionar a Amazônia no debate eleitoral com as perspectivas indígena e cultural, econômica, de saúde, educação, segurança e a visão de jovens da região.

 

 

“O espírito da reunião foi de inverter o raciocínio que faz da Amazônia um problema e de ser a compreensão do Brasil do futuro”, segue Waack. “Outro ponto é o de inserir a Amazônia no centro da pauta geopolítica mundial.”

 

 

“Não somos uma rede de ‘advocacy’ que irá promover eventos diretamente com os candidatos, mas um hub de conhecimento que quer construir propostas para o governo de transição”, explica Renata Piazzon, secretária-executiva da concertação.

 

 

Em 2021, a rede lançou uma agenda de desenvolvimento para a Amazônia. “Pensamos em traduzir a agenda, que foi uma construção coletiva da rede, em propostas que possam ser levadas pelo governo nacional, os subnacionais e o Congresso”, diz Renata, que também é diretora-executiva do Arapyaú, o braço de filantropia do empresário Guilherme Leal.

 

 

“Não teremos posicionamentos políticos a favor de um ou outro governo, mas a favor da Amazônia”, continua. Como a concertação reuniu muito conteúdo sobre a região nos últimos dois anos, a ideia é subsidiar várias equipes de campanha eleitoral com os materiais.

 

 

“Propus à concertação uma estratégia de enfrentamento do desmatamento sob três perspectivas”, diz a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira. “Combater desmatamento é combater corrupção. Temos que entrar com o tema na classe média brasileira”, explica.

 

 

Segurança para os moradores da Amazônia

 

Outro ponto seria “pactuar uma visão para primeiro reduzir o desmatamento para depois, em um segundo momento, eliminá-lo”, segue. O terceiro vértice tem a ver com segurança pública. “Como garantir segurança para quem mora na Amazônia quando se quer acabar com o desmatamento?”, questiona a ex-ministra.

 

 

“Temos que ter pragmatismo e visão para entender como os movimentos irão se desdobrar ao longo dos quatro anos do próximo governo”, continua. Nos primeiros cem dias, por exemplo, ela sugere que uma das prioridades seja acabar com o desmatamento em terras indígenas e unidades de conservação. “Tudo isso têm que, obrigatoriamente, ser discutido com os amazônidas", diz Izabella.

 

 

Para Priscila Cruz, presidente do Todos pela Educação, a Amazônia estabelece uma interdependência entre várias agendas de políticas públicas para o país - saúde, educação, segurança, povos indígenas. “Precisamos juntar todas essas agendas e oferecer à nação uma visão de país que faça sentido”.

 

 

Laura Waisbich, do Instituto Igarapé, disse que pensar em segurança na Amazônia “é pensar em proteger as pessoas que vivem na região como também o ambiente”. Seguiu: “Na nossa visão, este contínuo desmatamento da Amazônia afeta não só a segurança climática do planeta, mas a segurança pública e humana, tanto da região como de outras regiões do país”. Disse que as economias ilícitas da grilagem, extração ilegal de madeira, garimpo ilegal movimentam “um ecossistema de criminalidade”.

 

 

Com informação de Um só planeta

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