Nesta quinta-feira (9), Israel anunciou que vai começar a avisar com antecedência as pausas diárias nos bombardeios à Faixa de Gaza e descartou a possibilidade de haver um cessar-fogo.
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O governo dos Estados Unidos afirmou nesta quinta-feira (9) que Israel concordou em fazer pausas de quatro horas por dia nas operações militares para permitir o deslocamento de civis e a entrada de ajuda humanitária no Norte de Gaza. Segundo o anúncio, os horários desses intervalos vão ser informados à população com três horas de antecedência.
O porta-voz das Forças de Defesa israelenses destacou que Israel não concordou com cessar-fogo e que vai continuar a permitir pausas táticas, breves e localizadas.
Em entrevista exclusiva à correspondente Raquel Krahenbuhl, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca explicou que o acordo formalizou o processo que já vem sendo feito por Israel com a determinação de pausas de quatro horas e o aviso antecipado aos moradores, e reforçou que os Estados Unidos também não apoiam um cessar-fogo agora.
"O anúncio de hoje é um avanço significativo e achamos que é o passo certo. Vamos continuar conversando com Israel sobre essas pausas”, diz John Kirby.
Nesta quinta-feira (9), o Jornal Nacional esteve na fronteira de Israel com o Egito, por onde passam comida, água e remédios para os palestinos de Gaza. Os caminhões com ajuda humanitária vêm do Egito para entrar na Faixa de Gaza. Desde que eles começaram a poder entrar em Gaza, no meio da guerra, foram 700 caminhões. Antes da guerra, eram 500 caminhões por dia.
Essa ajuda vai ser inspecionada pelo Exército israelense, depois, enviada de volta para o Egito. E aí os caminhões vão cruzar para dentro da Faixa de Gaza pela passagem de Rafah, explicou um porta-voz do Exército de Israel. Os caminhões levam itens de primeira necessidade para os 2,3 milhões de palestinos em Gaza.
Uma das principais questões em Gaza é o acesso a água. Um caminhão leva um pouco de água para uma população que tem tantas necessidades básicas.
Saiba mais
Durante a madrugada, os ataques do Exército israelense contra Gaza, por terra e pelo ar, continuaram. Segundo o governo de Israel, Ibrahim Abu-Maghsib, chefe da unidade de mísseis antitanque do Hamas, foi morto em um ataque aéreo.
O Exército divulgou imagens de um túnel do Hamas que, segundo as Forças de Defesa israelenses, ficava perto de uma escola em Gaza.
Uma grande explosão aconteceu no Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza. O Exército israelense afirmou que o alvo era um complexo militar do Hamas ali perto. Segundo o Exército, 50 terroristas morreram.
O chefe para Ajuda Humanitária da ONU disse que o conflito é um incêndio que pode consumir a região, e completou:
"As Nações Unidas não podem fazer parte de uma proposta unilateral que empurra centenas de milhares de civis desesperados em Gaza para as chamadas zonas de segurança”, disse Martin Griffiths.
Milhares de palestinos ainda não deixaram o Norte do país.
"Nós somos persistentes. O que quer que façam conosco, nós não vamos deixar Al Shifa. Eles cortaram água, eletricidade, comida, mas nós somos persistentes. Podemos comer só biscoito, castanhas, podemos comer qualquer coisa”, diz uma mulher que teve que sair de casa.
Milhares continuam se deslocando para o Sul em busca de um lugar mais seguro, embora lá também haja bombardeios.
No território palestino da Cisjordânia, 18 palestinos foram mortos por forças israelenses em uma incursão ao campo de refugiados de Jenin, segundo o Ministério da Saúde da Autoridade Palestina, comandado pelo Fatah, partido rival do Hamas. Israel afirmou que a ação foi para combater o terrorismo.
Nesta quinta-feira (9), a Jihad Islâmica, outro grupo terrorista que atua na Faixa de Gaza, informou que vai libertar dois reféns - uma mulher e um menino. O menino seria Yagil, de 12 anos. A história dele ficou internacionalmente conhecida na animação que a mãe dele fez narrando como foi o sequestro dos dois filhos dela.
"Eles não são moedas de barganha, eles são crianças. Crianças, em qualquer lugar do mundo, não devem ser parte disso. Não em Gaza, não em Israel, não na Ucrânia, em nenhum lugar do mundo”, afirma a mãe de Yagil Jacob.
Com informação do G1
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