As indústrias de carne suína e de frango divulgaram hoje manifesto indicando que novas elevações de preços desses produtos devem atingir os consumidores brasileiros devido ao repasse de custos com matérias-primas, como soja e milho.
o setor pede viabilização emergencial das importações de milho e de soja para uso estritamente em ração animal
Em nota, a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) destacou ainda a importância de novas desonerações tributárias e a implementação de medidas técnicas que viabilizem importações de insumos com menores custos.
Custos subiram mais de 100%
A ABPA afirmou em nota que o milho e a soja, insumos básicos que compõem 70% dos custos de produção, subiram respectivamente mais de 100% e 60% em relação ao mesmo período do ano passado, o que aperta margens e traz problemas financeiros para as empresas. No caso do milho, há um agravante, com a quebra de safra pela seca no Brasil impulsionando as cotações.
"O consequente e inevitável repasse ao consumidor já está nas gôndolas, mas em patamares que ainda não alcançam os níveis de custos", disse a ABPA, citando altas entre 40% e 45% nos custos de produção de aves e suínos em 12 meses.
Mercado internacional
Para evitar que o quadro se agrave ainda mais, as representações setoriais solicitaram ao governo medidas para que o setor de proteína animal do Brasil "tenha igualdade de competição pelos insumos em relação ao mercado internacional, evitando a desindustrialização e a perda de postos de trabalhos".
Em abril, o setor teve atendido pelo governo seu pleito para que a Tarifa Externa Comum fosse zerada para a importação de milho, soja e subprodutos, como farelo de soja, de fora do Mercosul.
Mas isso não tem sido suficiente para viabilizar compras externas a menores custos, o que levou o segmento a formalizar novos pedidos.
Viabilização emergencial
A ABPA comentou que "há desoneração de tarifa para esta importação, mas não há viabilização técnica", em referência a produtos transgênicos aprovados em outros países que não têm aval no Brasil, o que limita os negócios.
Neste caso, o setor pede viabilização emergencial das importações de milho e de soja para uso estritamente em ração animal.
A associação ainda quer a suspensão do imposto AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante) sobre a importação de insumos de países não-integrantes do Mercosul (Mercado Comum do Sul).
Também encaminhou solicitação para a suspensão temporária de cobrança de PIS e Cofins para importações provenientes de países extra-Mercosul, para empresas que não conseguem realizar "drawback".
O segmento quer ainda suspensão temporária de cobrança de PIS e Cofins sobre os fretes realizados no mercado interno e reforçou a necessidade de criação de sistema oficial de informação antecipada sobre exportações futuras de grãos, assim como ocorre em outros países, " para dar mais transparência ao mercado de insumos, evitando situações especulativas como a atual".
A nota afirma ainda que a avicultura e a suinocultura, além de responderem por 4 milhões de empregos diretos e indiretos, também garantem a "segurança alimentar de nossa população"
Com informação da ABPA e VOL
Fotos: Divulgação
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