O volume de serviços prestados no Brasil teve queda de 4% em março, na comparação com fevereiro. Com o resultado, o setor voltou a operar abaixo do nível pré-pandemia. É o que apontam os dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O recuo registrado em março foi o mais intenso desde junho do ano passado, quando o setor teve queda de 5,5%.
“O setor mostrava um movimento de recuperação desde junho do ano passado e chegou a superar o patamar pré-pandemia. Mas, com a queda em março, encontra-se 2,8% abaixo do volume de fevereiro do ano passado”, enfatizou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Na comparação com março de 2020, o setor teve alta de 4,5%, após 12 taxas negativas seguidas nesta base de comparação. Já no acumulado em 12 meses, o volume de serviços prestados no país registra um tombo de 8%.
Em termos de patamar, o setor de serviços em março operava 13,6% abaixo do seu ponto mais alto, registrado em novembro de 2014. Essa distância já foi maior, tendo chegado a -27,9% em maio do ano passado.
Agravamento da pandemia
Das cinco atividades do setor de serviços, três registraram queda em março - justamente as que são mais dependentes do atendimento presencial. Segundo o gerente da pesquisa, esse resultado se deve ao recrudescimento das medidas restritivas diante do avanço da pandemia da Covid-19 no Brasil.
“Foram menos impactantes do que março de 2020, mas suficientes para fazer o setor de serviço recuar e voltar ao patamar pré-pandemia”, enfatizou Lobo.
A maior retração foi observada entre os serviços prestados às famílias, que caiu 27% em relação a fevereiro, a taxa negativa mais intensa desde abril de 2020, quando recuou 46,5%. Já os serviços de transportes, auxiliares aos transportes e correio tiveram queda de 1,9%, enquanto os serviços profissionais, administrativos e complementares recuaram 1,4%.
Tiveram alta na passagem de fevereiro para março os serviços de informação e comunicação e os outros serviços - respectivamente de 1,9% e 3,7%.
Grandes atividades
*Serviços prestados às famílias: -27,0%
*Serviços de alojamento e alimentação: -28,0%
*Outros serviços prestados às famílias: -7,2%
*Serviços de informação e comunicação: 1,9%
*Serviços de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC): 1,6%
*Telecomunicações: 0,0%
*Serviços de Tecnologia da Informação: 4,1%
*Serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias: 6,1%
*Serviços profissionais, administrativos e complementares: -1,4%
*Serviços técnico-profissionais: -1,2%
*Serviços administrativos e complementares: -5,,4%
*Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: -1,9%
*Transporte terrestre: -2,7%
*Transporte aquaviário: 0,7%
*Transporte aéreo: -10,2%
*Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: -1,3%
*Outros serviços: 3,7%
Perspectivas
A confiança empresarial teve, em abril, a primeira alta após seis quedas seguidas, conforme o último levantamento divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo a entidade, a indústria é único setor a registrar níveis elevados de confiança. No entanto, o índice do comércio, que em março havia despencado para o menor nível desde maio de 2020, teve alta de 11,6 pontos, no mês.
Os economistas do mercado financeiro passaram a prever uma maior expansão da economia este ano. Conforme o último relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, a previsão é de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país tenha alta de 3,21% - antes, o crescimento previsto era de 3,14%.
Com informação do G1
Fotos: Divulgação
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