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Garimpo no rio Madeira o problema não acabou



Garimpo no rio Madeira o problema não acabou

01/12/2021




No fim de semana, a Polícia Federal, Ibama e as Forças Armadas fizeram uma operação contra o garimpo ilegal no Rio Madeira, na região do município de Autazes, no Amazonas. No total, 350 balsas e dragas foram mapeadas no Rio Madeira, mas 131 balsas foram apreendidas. Três garimpeiros foram presos.

 

 

Foto: Agência O Globo

 

 

Balsas e dragas usadas por garimpeiros para extração de ouro atracaram no Rio Madeira, próximo à comunidade de Rosário, no município de Autazes, distante 113 quilômetros de Manaus, há cerca de 20 dias. As embarcações formaram uma "vila flutuante" para exploração ilegal de ouro.

 

Dezenas de garimpeiros conseguiram deixar a área antes da ação policial. As balsas subiram o rio sozinhas ou engatadas umas nas outras e empurradas por um barco. Muitos tentaram levar parte dos equipamentos ou pelo menos algumas peças. Os ribeirinhos acompanharam a fuga.

 

 

Algumas embarcações foram incendiadas e destruídas pelos agentes. Até uma embarcação que normalmente reboca outros barcos foi usada para demolir uma balsa usada para dragar o rio e extrair ouro.

 

 

Se não houver vigilância o pessoal volta

 

Em Brasília, o vice-presidente Hamilton Mourão, presidente do Conselho da Amazônia, admitiu que o problema ainda não acabou: “O garimpo já foi devidamente dispersado, vamos dizer assim, mas tem que manter uma vigilância constante porque tem ouro lá, se não houver a vigilância, o pessoal volta”, disse.

 

 

Na comunidade pesqueira na região de Autazes, a preocupação foi com a qualidade da água. Segundo moradores, há anos eles convivem com o garimpo na região.

 

 

Dados da plataforma MapBiomas mostram que a área garimpeira na bacia do rio madeira aumentou em quase seis mil hectares. No ano passado, o mapeamento dos garimpos de superfície foi recorde.

 

 

Segundo Cesar Diniz, coordenador do MapBiomas mineração, afirmou que 2020 teve a maior área garimpada em 36 anos.

 

 

“Do ponto de vista ecológico, você tem três problemas principais: remoção da vegetação amazônica nativa, descarte inadequado no solo e nos rios, mesmo que seja de superfície esse mercúrio vai ser carregado até os rios, e você tem a diminuição da biodiversidade”, disse.

 

 

Garimpeiros vão às ruas pedir legalização da atividade

 

Moradores do município de Novo Aripuanã, no Sul do Amazonas, promoveram manifestação pedindo a legalização do garimpo no Rio Madeira, no início da noite desta terça-feira (30). Com apoio de vereadores, garimpeiros discursaram na praça central e, sob forte chuva, promoveram uma passeata pelas ruas da cidade.

 

 

Familiares de garimpeiros que tiveram embarcações queimadas na ação policial foram acolhidas em abrigo montado pela Prefeitura de Autazes (a 108 quilômetros de Manaus) na comunidade Rosarinho, que fica nas proximidades do local onde os garimpeiros estavam extraindo ouro. Posteriormente, foram levados para casa.

 

 

Políticos defendem garimpeiros

 

Nesta terça-feira (30), eles voltaram ao local para pressionar políticos pela legalização do garimpo. Acompanhados dos vereadores Higino Chíxaro (PSC), Susy Lopes (PSDB), Neto Carvalho (PRTB), Neumice Reges (Progressista) e Carlos Pinto (PSDB), os garimpeiros reforçaram as críticas à destruição de balsas usadas para a extração de ouro, publicou Amazonas Atual.

 

 

Neto Carvalho disse que a ação policial foi a pior perseguição aos garimpeiros. “Esse momento é muito difícil, que vai ficar na história do povo novo-aripuanaense. É uma situação lamentável. Já foi perseguição por muitos anos, mas dessa vez foi pior. Jamais pensávamos que ia acontecer. Não falo de morte, mas da destruição das balsas”, disse o vereador.

 

 

Segundo Atual o parlamentar afirmou que o garimpo sustenta os municípios da região. “Há políticos nacionais que não conhecem o Amazonas, a vida do caboclo, não conhecem que já acabou a sova, a balata, a borracha. Após a indústria do petróleo, acabou a seringa. Aí surgiu o garimpo. É isso que sustenta Novo Aripuanã”, afirmou Carvalho.

 

 

O prefeito de Novo Aripuanã, Jocione Souza (PSDB), disse que nesta quarta-feira (1) participará de encontro com a bancada federal amazonense, juntamente com outros prefeitos da região, em Brasília, para tratar sobre a questão. “É preciso abrir o diálogo e entendimento para não deixar a população desassistida e sem totalmente sem renda”, afirmou Souza.

 

 

Para o prefeito, as balsas, na maioria das vezes, não são apenas um local de trabalho, mas um local de moraria para toda as famílias. “Por isso, existe uma grande preocupação com a situação dos garimpeiros, os extrativistas minerais, que envolvem famílias que estão há mais de 40 anos trabalhando nessa atividade”, disse Souza.

 

 

Com informação do Amazonas Atual e G1

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