O G7 divulgou nesta quarta-feira (8) um comunicado em que condena o Hamas, apoia o direito de autodefesa de Israel e pede uma pausa para a ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
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Os ministros das Relações Exteriores do grupo dos sete países mais industrializados do mundo se reuniram no Japão e divulgaram nesta quarta-feira (8) a primeira declaração conjunta desde o começo do conflito. O texto condena o Hamas e apoia o direito de Israel à autodefesa.
Os ministros pediram uma pausa humanitária no conflito para permitir a entrada de ajuda e a libertação dos reféns, e afirmaram que o único caminho para a paz é o que leva a dois Estados.
No Japão para o encontro, o secretário de Estado americano rejeitou pedidos imediatos por um cessar-fogo e falou pela primeira vez sobre o pós-guerra. Antony Blinken disse que Gaza não pode continuar sendo administrada pelo Hamas e que também está claro que Israel não pode ocupar Gaza.
"É fundamental que palestinos liderem um governo em Gaza e na Cisjordânia, e que a gente não veja uma reocupação, mas um período de transição será necessário", afirmou Blinken.
Na Faixa de Gaza, mais uma noite de bombardeios. As Forças de Defesa de Israel disseram que destruíram 130 túneis usados pelo Hamas e que mataram um dos principais desenvolvedores de armas do grupo terrorista.
Nesta quarta, o Exército de Israel estendeu em uma hora a operação do corredor de deslocamento para os residentes da parte Norte da Faixa de Gaza irem para o Sul. O escritório das Nações Unidas para coordenação de temas humanitários disse que 15 mil pessoas deixaram o Norte na terça-feira (7) - um número bem maior do que os 5 mil de segunda-feira (6) e 2 mil de domingo (5).
Imagens mostram palestinos deixando a Cidade de Gaza. O Ministério da Saúde do Hamas disse que subiu para 10.569 o número de mortos desde o início da guerra. O número não pode ser verificado de forma independente. Do lado israelense, são 1,4 mil mortos e 242 reféns.
O alto comissário da ONU para Direitos Humanos esteve na passagem de Rafah, na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.
"As atrocidades perpetradas por grupos palestinos armados no dia 7 de outubro foram abomináveis, foram crimes de guerra, assim como o fato de continuarem com reféns", disse Volker Turk.
E completou:
"A punição coletiva de civis palestinianos por parte de Israel é também um crime de guerra, assim como a evacuação forçada e ilegal de civis”.
A ONU informou que 650 caminhões com ajuda essencial entraram na Faixa de Gaza desde que a rota de suprimentos foi retomada no dia 21 de outubro. Antes da guerra, 500 caminhões entravam em Gaza diariamente.
O secretário-geral das Nações Unidas disse que é preciso distinguir entre o Hamas e o povo palestino e que é absolutamente essencial ter um fluxo de ajuda humanitária para atender às necessidades urgentes da população de Gaza.
Em missa na Praça de São Pedro, o Papa Francisco fez um apelo pela paz para as nações em guerra. Ele citou as vítimas ucranianas, palestinas e israelenses.
Brasileiros aguardam para deixar a Gaza
Trinta e quatro brasileiros e parentes aguardam a vez de deixar a Faixa de Gaza. A previsão da embaixada brasileira de que eles poderiam ser liberados nesta quarta-feira (8) não se confirmou.
A lista de estrangeiros autorizados a sair da região tinha o nome de 600 cidadãos de seis nacionalidades, mas, segundo o Departamento de Estado Americano, a fronteira foi fechada por segurança e ninguém saiu.
O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, disse que o Estado de Israel está fazendo tudo para articular a saída deles de forma rápida e segura, mas que o Hamas atrasa o processo.
Com informação do G1
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