A partir deste sábado 18/9 e durante 16 dias (e três fins de semana), parisienses e visitantes da capital francesa poderão visitar - e discutir - a grande obra póstuma de Christo e Jean-Claude: o Arco do Triunfo empacotado.
Christo não precisava dar uma explicação de sua obra. O interessante é que as pessoas fazem sua própria interpretação, que cada um vê e aproveita do seu jeito. Foto: Wolfang Volz Lubri
Trabalhadores desenrolam tecido azul prateado, parte do processo de embrulho do L'Arc de Triomphe em Paris em 12 de setembro de 2021, desenhado pelo falecido artista Christo. –
Nascido na Bulgária, Christo, residente de longa data em Paris, tinha planos de revestir o imponente memorial de guerra no topo da Champs-Elysees enquanto alugava um apartamento próximo a ele na década de 1960.
"Testamento póstumo de seu gênio artístico, o Arco do Triunfo embalado é um presente formidável para os parisienses, os franceses e todos os fãs de arte", disse a ministra da Cultura, Roselyne Bachelot, na apresentação na quinta-feira de um projeto que teve a cumplicidade absoluta dos Autoridades francesas, tanto políticas como culturais.
“Caro Christo, desde as estrelas, obrigado por ter amado tanto a França e obrigado por nos oferecer este presente incrível. Obrigado pelo gênio, obrigado pela loucura, obrigado pela poesia ", acrescentou ele junto com a prefeita de Paris - e nova candidata presidencial socialista - Anne Hidalgo, acompanhada pelo presidente do Centro de Monumentos Nacionais, Philippe Béval e o próprio Javacheff.
Conceitualmente, o Arco do Triunfo embalado dificilmente difere de outros "envelopes" históricos de Christo, especialmente o Reichstag alemão (1995) ou o Pont Neuf (1985), que foi seu primeiro grande projeto de embalagem de tecido na capital francesa.
CHristo, em setembro de 2019 em seu estúdio em Nova York, com um desenho preparatório para o projeto 'O Arco do Triunfo embalado'.
A obra
Para embalar agora o monumento de 50 metros de altura que Napoleão mandou construir em 1806 para comemorar as vitórias do Exército francês sob seu comando, foram usados 25.000 metros quadrados de tecido reciclável de polipropileno prateado com reflexos azulados e 3.000 metros de corda vermelha., materiais comuns na obra de Christo.
Um projeto "temporário" - segundo Javacheff, seu tio não gostou do termo "efêmero" - que exigiu o trabalho de mais de 1.200 pessoas e custou 14 milhões de euros para ser pago integralmente, como todos do artista búlgaro, por meio da venda de desenhos e maquetes da Fundação Christo.
Como vem acontecendo com cada “embalagem” de Christo e Jeanne-Claude, o impacto e a interpretação da obra são diferentes. "Christo nos perturba, nos incomoda, nos faz falar", disse Hidalgo. “Tem quem gosta, tem quem não gosta, mas ei, afinal essa é a função da arte que o Christo nos propôs durante toda a sua vida (…) faz com que nos sintamos vivos, porque gera uma reação a o que vemos ”.
Redação com informação do El Pais
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16/09/2021
