As fortes chuvas registradas na tarde deste domingo (9) provocaram inúmeros estragos em diversos bairros de São Luís. Cerca de 70 áreas de risco estão sob monitoramento pela Defesa Civil.
De acordo com o Governo do Estado, 64 cidades estão em situação de emergência por causa das chuvas.
O Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado, o único da capital, ficou sem energia e teve parte do saguão de passageiros tomado pela água.
A CCR Aeroportos, administradora da unidade, informou que a energia já foi reestabelecida.
A administradora do aeroporto explicou que a chuva e descargas elétricas provocaram danificaram componentes do sistema elétrico, levando à falta de energia. Devido à situação, um voo, com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, foi cancelado.
Segundo um passageiro, após aterrissar em São Luís, diversos passageiros tiveram problemas para pegar suas bagagens já que, devido a falta de energia, as esteiras não estavam funcionando.
De acordo com outro passageiro, funcionários deixaram as malas mais próximas das esteiras para tentar facilitar o processo, devido a falta de energia no local. Na parte principal do aeroporto, a água da chuva invadiu uma parte e deixou o saguão alagado.
O passageiro relatou ainda que, alguns amigos dele que estavam em outro voo para São Luís, não conseguiram aterrissar em São Luís, devido a chuva. A aeronave foi deslocada para Teresina.
Em nota, a administradora disse que medidas foram tomadas para sanar os pontos de alagamento registrados dentro da unidade.
Chuva alaga ruas
O temporal também trouxe inúmeros problemas para moradores dos bairros São Cristóvão e Tirirical, na capital maranhenses. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram a água tomando conta de várias ruas e invadindo casas (Veja o vídeo acima).
Na Avenida Guajajaras, em São Luís, carros também tiveram dificuldade de trafegar na via. Por conta da força da correnteza, alguns carros chegaram a subir no meio fio para tentar fugir dos estragos (Veja os vídeos abaixo).
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já havia alertado sobre a possibilidade fortes chuvas no Maranhão, após emitir um alerta laranja de chuvas intensas neste domingo (9). O aviso é valido até às 10h desta segunda-feira (10).
Com isso, estão previstas chuvas entre 30 a 60 milímetros por hora ou 50 a 100 milímetros por dia, com ventos intensos oscilando entre 60 a 100 km/h. Os municípios incluídos no alerta podem ter corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas.
Situação de emergência
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no Maranhão na manhã deste domingo (9) e sobrevoou áreas atingidas pelas enchentes causadas pelas fortes chuvas dos últimos dias. Mais de 35 mil famílias foram afetadas e 7.757 famílias ficaram desabrigadas ou desalojadas.
A cidade de Alto Alegre do Pindaré, a 219 quilômetros de São Luiz, ficou isolada e debaixo d'água, forçando os moradores a usarem canoas para se locomover pelas ruas. A cidade de Pinheiro, a 333 quilômetros da capital maranhense, também ficou completamente isolada devido à cheia do rio Pericumã.
Em Presidente Juscelino, a 90 quilômetros da capital, o rio Munim subiu mais de sete metros e inundou diversos bairros, segundo informações do portal G1. A rodovia MA-119, no oeste do estado, também foi interditada devido ao transbordamento do rio Zitíua.
Na cidade de Buriticupu, a 395 quilômetros de São Luís, os deslizamento abriram fendas que chegam a 600 metros de extensão e 70 de profundidade, em um fenômeno geológico conhecido como voçorocas.
Em São Luís, 70 áreas de risco em encostas e próximas de cursos d'água estão sendo monitoradas, e diversas famílias foram orientadas a deixarem suas residências.
Lula: "ajudar às vítimas" e "agradecer à Deus"
Depois de sobrevoar áreas atingidas, Lula afirmou que é necessário "cuidar das pessoas" afetadas, mas também "agradecer à Deus" pela chuva.
"A gente às vezes fica chateado, mas temos que agradecer à Deus a chuva porque muitas vezes o Brasil está precisando de chuva. Esse ano não vamos ter problema de energia porque todos os nossos lagos e hidrelétricas estão cheios. E eu acho que temos que cuidar das pessoas que foram vítimas", disse o presidente.
Lula também afirmou ser necessário "convencer as pessoas" a não construírem casas em locais com risco de enchentes. "Essas coisas são coisas que precisamos aprender, primeiro a tentar convencer essas pessoas que num processo de construção de novas casa, não é possível construir novas casas no mesmo lugar das casas que enchiam", disse.
Com informação da G1
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