03/06/2021

A pandemia de Covid-19 deixou indefinida a realização da maior manifestação cultural do Amazonas: o Festival Folclórico de Parintins.

Bumbás: é óbvio que queremos fazer o festival, mas é mais importante salvar vidas

Tradicionalmente realizada no último final de semana de junho, a festa, que atrai, em média, 60 mil turistas por ano para a pequena ilha de Parintins, na região do Baixo Amazonas, foi suspenso, segundo o governo do estado.

Apesar da forte dependência econômica do município em relação ao Festival, o cancelamento foi decidido para evitar o alto risco de contaminação do público, dos artistas, outros trabalhadores da estrutura do evento e da população local.

Última edição teve 66 mil pessoa

Na última edição com público, em 2019, desembarcaram em Parintins mais de 66 mil pessoas.

Tendo em vista a possibilidade de um público dessa magnitude, e levando em consideração o duro impacto da pandemia sobre o Amazonas, as diretorias dos bois se posicionaram contra a realização do Festival.

Live no Bumbódromo

A secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, Karla Viana informou que os bois Caprichoso e Garantido farão uma live no Bumbódromo no dia 26 de junho, da mesma maneira como ocorreu no ano passado.

“Já está agendada uma produção para o dia 26 de junho, foi uma decisão acertada com o Governo do Estado, que é quem organiza o Festival de Parintins, em parceria com os dois bumbás. É necessário que se faça dessa forma até que tenhamos segurança para voltar a reunir as duas galeras no Bumbódromo”, ressaltou.

Sem condições e sem vacinas

Segundo o presidente do Garantido Antônio Andrade, "o Festival Folclórico de Parintins é nossa maior indústria cultural. A cidade vive em torno dessa ocasião. A maior parte das receitas do município é gerada através desse trabalho. Ano passado, não pôde haver por causa da pandemia. Esse ano, novamente não tem condições de fazer evento com público".

Andrade ainda falou sobre as condições que o Garantido considera essenciais para que o Festival ocorresse.

"Só faríamos se a população de Parintins e do Amazonas estivesse vacinada. Ainda nem acabamos de sair da segunda onda e já se fala em terceira onda. Não existe como trabalhar ignorando essa possibilidade", afirma.

O presidente do Caprichoso, Jender Lobato, disse "temos muita dificuldade para fazer o evento. O mundo inteiro está tendo dificuldades para fazer eventos com grande público. A classe médica do Japão está pedindo para que não haja Olímpiadas, por exemplo. É óbvio que queremos fazer o festival, mas é mais importante salvar vidas"

Auxílio aos bumbás

Em nota, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas informou que está em diálogo com os presidentes dos bois Caprichoso e Garantido para a realização de uma ação em auxílio aos bumbás.

"O auxílio é para os profissionais envolvidos no Festival Folclórico de Parintins não ficarem desassistidos no período do evento, que não poderá ser realizado devido à pandemia", afirma a nota.

Redação 

Fotos: Divulgação