O Fundo Monetário Internacional (FMI) passou a prever crescimento de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2022, reduzindo em 0,4 ponto percentual a projeção anterior, de 1,9%, conforme os dados divulgados ontem pelo organismo multilateral no relatório Panorama Econômico Global (WEO, na sigla em inglês).
FMI reduziu em 0,1 ponto percentual a previsão de expansão do PIB do Brasil neste ano, de 5,3% para 5,2%
Conforme o documento, o Brasil continua com taxas de crescimento inferiores à média global e à de países emergentes, mostrando que ainda não tem fôlego para se recuperar da recessão provocada pela pandemia da covid-19 no ano passado.
Otimismo
As novas previsões do FMI para o PIB brasileiro deste ano estão mais otimistas do que a mediana das estimativas do mercado contabilizada pelo Banco Central no boletim Focus nesta semana, de 5,04%.
O órgão costuma ter uma defasagem maior nas projeções. Para o PIB de 2022, a instituição baseada em Washington e que realiza o encontro semestral de ministros e presidentes dos bancos centrais globais nesta semana está mais pessimista do que a mediana do Focus, de 1,54%.
O FMI reduziu em 0,1 ponto percentual a previsão de expansão do PIB do Brasil neste ano, de 5,3% para 5,2%, abaixo da nova estimativa para o crescimento global, de 5,9%, dado 0,1 ponto percentual abaixo do previsto em abril (6%). A projeção da taxa de expansão da economia mundial em 2022 foi mantida em 4,9%.
Menos do que a média global
“Pelas projeções do FMI, podemos ver claramente que o Brasil continua crescendo menos do que a média global e do que a maioria dos países”, alertou a economista Juliana Inhasz, professora do Insper. Para ela, os dados confirmam que a economia não está decolando como o ministro da Economia, Paulo Guedes, costuma afirmar.
“O país não está decolando, de fato. O PIB estacionou e vamos continuar estacionados por um bom tempo”, lamentou Juliana. “Os dados do FMI estão mais realistas e mostram que o impacto da covid-19 não mudou os aspectos da economia brasileira continua muito frágil e cresce muito pouco e, por isso, precisa de muitos ajustes”, acrescentou a acadêmica, que acredita que o Fundo ainda poderá fazer novas revisões para baixo do PIB de 2022.
Pelas novas estimativas do FMI, por exemplo, os Estados Unidos devem crescer 6,0% neste ano, abaixo dos 7,0% previstos em julho. Em 2022, a economia norte-americana deverá ter uma expansão de 5,2%, taxa melhor do que os 4,9% 4,9% estimados no relatório de julho. As previsões de alta do PIB da China passaram de 8,1% para 8%, neste ano, e de 5,7% para 5,6%, no ano que vem.
Preocupação
No relatório, o Fundo destacou preocupação com as incertezas sobre a pandemia de covid-19 após o rápido avanço da variante Delta e da ameaça de novas variantes como justificativa para as novas projeções globais.
O FMI também destacou problemas no abastecimento das linhas de produção como um dos motivos, também, para a piora na dinâmica das economias desenvolvidas e emergentes.
Com informação do Correio Braziliense
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