Foi aberta na manhã desta quarta-feira (17/05), no hall do Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis, no São Francisco, zona Sul de Manaus, a “Exposição Artística sobre o Combate e Enfrentamento ao Assédio e à Discriminação”.
A escolha foi trazer uma diversidade de artistas autorais e sem medo de expor os sentimentos
A mostra foi organizada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas, por meio da Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, Assédio Sexual e à Discriminação, em parceria com o Coletivo Arte Ocupa e o apoio da Faculdade de Artes da Universidade Federal do Amazonas (Faartes). A exposição permanecerá no espaço até 24/05.
A exposição integra a “Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação”, evento que passou a fazer parte da agenda permanente dos Tribunais do País, conforme a Resolução n.° 450/2022, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Durante a abertura da mostra, a desembargadora Onilza Abreu Gerth, vice-presidente da Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, Assédio Sexual e à Discriminação do TJAM, agradeceu a colaboração de todos os envolvidos e explicou que as comissões têm por finalidade promover o trabalho digno, saudável, seguro e sustentável no âmbito do Judiciário do Amazonas, atuando fortemente em caráter preventivo, promovendo ações de capacitação e de sensibilização.
Minorias
Diretor da Faculdade de Artes da Ufam, João Gustavo Kienen destacou a importância da temática da exposição como parte das ações para enfrentar o que ele classifica de “um processo de apagamento histórico muito potente”.
“Vivemos um momento que emerge a potência das pessoas que vivem nas minorias, que vivem no apagamento e na violência do silenciamento. Se cada pessoa que é discriminada, que sofre assédio, souber o seu lugar no mundo, procurar os meios para que isso não ocorra mais, as coisas certamente mudarão e esta Casa é uma casa que resolve isso, que vai acolher as denúncias de assédio, que vai promover um trabalho de equidade social”, afirmou Kienen.
O artista trans Theodor Leite dos Santos Ferreira, disse “queria ressaltar a importância de ocuparmos esses espaços, não somente como artistas, mas como minorias também que, diariamente, são atravessadas por violências diversas. Além de ser um espaço seguro, o fazer artístico também é um lugar de transformação, que precisa ecoar e que precisa alcançar outras pessoas e, por isso, a gente precisa de oportunidade, uma chance e uma brecha”, disse o artista.
Marcelo Rufi, fundador do Coletivo Arte Ocupa, explicou que a escolha foi trazer uma diversidade de artistas autorais e sem medo de expor os sentimentos, evitando tornar a exposição algo romantizado ou enfeitado.
“Esses artistas toparam e alguns deles integram esse tema porque temos aqui artistas pretos, indígenas, trans, bissexuais, da periferia. Muitos deles já passaram, inclusive, por questões de assédio moral e assédio sexual também, mas colocaram isso na tela de forma bem artística para que qualquer pessoa possa ver e entender o que está sendo apresentado”, explicou o curador.
Com informaçã da ascom
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