Organizações norte-americanas que observam a guerra identificaram um contra-ataque dos ucranianos, principalmente a oeste da capital, Kiev. Desde a semana passada, Kiev se torna um ponto muito importante no conflito. Também nesta quarta-feira (23), um acordo foi alcançado para tentar evacuar civis presos em vilas e cidades ucranianas através de nove “corredores humanitários”, informou a a vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk.
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A parte oeste da cidade, que aparentava ser uma posição tomada pelos russos no início da semana, retornou ao controle dos ucranianos. Especialistas compreendem que a guerra entrou em uma fase de disparos a distância; isso porque os russos não conseguiram chegar a Kiev, pelo menos não no coração da capital.
O Pentágono disse na terça-feira (22) que está diminuindo o número de militares russos no combate. Entre os motivos, explica o editor de internacional da CNN Brasil Marcelo Favalli, estão questões de logística: os soldados russos feridos não estão conseguindo atendimento médico das equipes que acompanham os pelotões.
Sobre os corredores, apesar das nove rotas, nenhum acordo foi alcançado com a Rússia para estabelecer um corredor seguro no coração de Mariupol, uma das cidades mais afetadas pelo confronto.
As pessoas que desejam deixar a cidade portuária sitiada encontrarão transporte nas proximidades de Berdyansk
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Negociações difíceis
Logo no início da manhã de quarta-feira (23) na Ucrânia (noite desta terça-feira, 22, no Brasil), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que e as negociações de paz com a Rússia para acabar com a guerra são difíceis e, às vezes, conflituosas, mas acrescentou que “passo a passo estamos avançando”.
Zelensky também afirmou que 100 mil pessoas estão na cidade de Mariupol em condições desumanas, sem comida, água ou remédios.
Em outras afirmações, o presidente da Ucrânia considerou que Mariupol está sendo “reduzida a cinzas” por ataques da Rússia, mas acrescentou que a localidade “sobreviverá”. A cidade, que antes da guerra abrigava cerca de 450 mil pessoas, está sob ataque quase constante das forças russas desde o início de março, com imagens de satélite mostrando destruição significativa em áreas residenciais.
Possibilidade do uso de armas nucleares
Na mesma entrevista à âncora da CNN Christiane Amanpour, Dmitry Peskov se rejeitou repetidamente a descartar que a Rússia considerasse o uso de armas nucleares contra o que Moscou via como uma “ameaça existencial”.
Quando perguntado em que condições Putin usaria a capacidade nuclear da Rússia, Peskov respondeu: “se é uma ameaça existencial para o nosso país, então pode ser”.
Putin já havia sugerido o uso de armas nucleares contra nações que ele via como uma ameaça à Rússia. Em fevereiro, o presidente russo disse em um comunicado televisionado: “não importa quem tente ficar em nosso caminho ou ainda mais criar ameaças para nosso país e nosso povo, eles devem saber que a Rússia responderá imediatamente, e as consequências serão como você nunca viu em toda a sua história.”
Com informação da CNN Brasil
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