Débitos de energia elétrica podem autorizar a não continuidade da prestação dos serviços por parte da concessionária, pois não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção, após prévio aviso, motivado pelo não pagamento da dívida. Mas o corte não será autorizado se não houver certeza quanto à origem desses débitos.
Em suma, a prestação dos serviços, por ser essencial, não pode ser suspensa, enquanto o consumidor a discute, contestando a cobrança. A decisão foi confirmada pelo desembargador Délcio Luís Santos.
Por entender que o consumo de uma usuária da Amazonas Energia foi demasiado, o juízo, na origem, deferiu tutela de urgência a Darci Santos, para revisão das faturas, ante o elevado pico de sua disparidade no período de três meses. Em segundo grau, o Relator firmou que o serviço de energia elétrica é essencial e que o lançamento poderia possibilitar a suspensão do serviço.
Embora a suspensão possa ocorrer, na razão dos débitos, a discrepância nesses lançamentos autorizou o raciocínio do juízo recorrido, no sentido de que seja dado ao consumidor o direito de ser informado por escrito de todos os procedimentos que levaram a essa cobrança. Esses procedimentos estão descritos na Resolução Aneel nº 414/2010, em seus artigos 129,§ 1º e 133, e assim restou determinado.
A empresa argumentou que o medidor de energia foi modificado, sendo trocado de monofásico para bifásico e que por este motivo houve a retificação das faturas de energia nos meses combatidos, para cobrança de valores da média de faturamento. Na segunda instância, o relator considerou que as alegações de ambos os interessados permitiriam o levantamento dos questionamentos, em si legítimos, mas não se poderia negar a discrepância nos valores face a média do consumo.
“Não se revela prudente manter faturas de consumo cuja legitimidade é questionável às custas de privar a usuária de fruir do serviço de fornecimento de energia elétrica’. O inadimplemento autoriza a interrupção do serviço, desde que não questioná
Com informação do TJAM
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