O PSB fez nesta sexta-feira (29) em Brasília a convenção nacional do partido e oficializou apoio à candidatura do ex-presidente Lula (PT) ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano.
Também durante a convenção, o PSB confirmou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como candidato a vice na chapa de Lula. A votações foram feitas por aclamação, ou seja, os votos foram expressos verbalmente.
A aliança também envolve outros cinco partidos: PC do B, PV, Solidariedade, Rede e PSOL (os dois últimos ainda precisam oficializar o apoio).
Lula, Alckmin e diversos integrantes dos partidos participaram da convenção. Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta (28) mostrou Lula em primeiro lugar, com 47% das intenções de voto.
Em seguida, conforme o levantamento, aparecem o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, com 29%; o ex-governador Ciro Gomes (PDT), com 8%; a senadora Simone Tebet (MDB), com 2%; e o deputado André Janones (Avante), com 1%.
Sexta vez
Esta é a sexta vez que Lula disputa a Presidência. Em 1989, o petista chegou ao segundo turno, mas perdeu para Fernando Collor (PRN). Em 1994 e em 1998, Lula também chegou ao segundo turno, mas perdeu nas duas ocasiões para Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Já em 2002, Lula foi eleito presidente no segundo turno ao derrotar José Serra (PSDB). Em 2006, se reelegeu, derrotando Geraldo Alckmin (à época no PSDB e atualmente no PSB).
Palanques regionais
O PSB já havia apoiado Lula em outras disputas presidenciais, e a composição da chapa nas eleições deste ano envolveu a definição sobre palanques regionais.
Em Pernambuco, por exemplo, o PT não terá candidato e apoiará Danilo Cabral, do PSB; em São Paulo, o pré-candidato do PSB ao governo estadual Márcio França passará a disputar o Senado para apoiar o candidato do PT, Fernando Haddad, ao Palácio dos Bandeirantes.
Houve também acordo para o apoio à candidatura de Marcelo Freixo (PSB) ao governo do Rio de Janeiro. Por lá, ainda há um impasse. O PT indicou para compor a chapa ao Senado o nome de André Ceciliano. O PSB local mantém, porém, a indicação de Alessandro Molon, recém-filiado à sigla.
Na última quarta (27), Ceciliano anunciou que o PT havia estabelecido um prazo para que Molon retirasse a candidatura. O prazo se encerraria nesta sexta, mas não houve menção durante o evento.
Molon não participou do encontro da sigla. Segundo a assessoria, ele está "tocando a campanha" ao Senado no Rio de Janeiro.
Ao chegar à convenção, Freixo disse que somente o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, poderia responder sobre a decisão. Outro filiado recente do partido, o ex-governador Flávio Dino, afirmou que a “prioridade” do partido é a candidatura de Marcelo Freixo e que ainda é preciso conversar para solucionar o impasse ao Senado. “Vamos decidir isso até 5 de agosto”, declarou.
Em discurso na convenção, Siqueira citou “questões pontuais e projetos distintos em alguns estados” e defendeu a união de partidos progressistas.
“Não temos o direito de perder estas eleições e não nos bastará vencer a disputa presidencial. É preciso formar maiorias, eleger governadores progressistas, atrair para a tarefa de reconstrução nacional o melhor que houver na política, na economia, no mundo intelectual e cultural”, disse.
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), relembrou, em discurso, o distanciamento entre o PSB e o PT nas eleições passadas. Segundo ela, neste ano, “ninguém titubeou”, em menção aos partidos que compõem a aliança de Lula.
“É um processo de construção da unidade da defesa da democracia. PT e PSB caminharam juntos por muito tempo, em muitas caminhadas e em muitas lutas, mas nem sempre estiveram juntos em todas as eleições que disputamos no Brasil pós abertura democrática. Isso faz parte”, afirmou.
“Aqui tem a qualidade de um projeto que estamos apresentando no Brasil, e a qualidade de lideranças que têm condições de tirar o Brasil dessa crise. [...] São duas pessoas que têm experiência de gestão”, disse.
A aliança
A aliança aprovada nesta sexta-feira (29) pelo PSB será formada por meio de uma coligação. Essa modalidade consiste na união de dois ou mais partidos e possibilita às legendas, entre outros pontos, um incremento no tempo de propaganda gratuita na TV e no rádio, além de mais recursos no fundo eleitoral. Diferentemente da federação, a coligação pode ser desfeita ao final do pleito.
A campanha de Lula e Alckmin espera que, com os apoios formais, a chapa tenha o maior tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV, com início no dia 26 de agosto.
Oficialmente, a divisão do tempo deve ser conhecida somente após o término do prazo para o registro de candidaturas, em 15 de agosto.
Entre os partidos que integram a aliança, somente a federação PSOL-Rede não oficializou apoio a Lula. A convenção nacional da federação está marcada para este sábado (30).
Com informação do G1
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