O Ministério da Saúde divulgou nessa quarta-feira (9) novos números sobre a pandemia de covid-19 no país. De acordo com levantamento diário feito pela pasta, o Brasil registrou, em 24 horas, 9,4 mil novos casos da doença e 80 óbitos. O Amazonas registrou aumento de casos nas últimas semanas, o que deixou a população em alerta.
Amazonas
A Fiocruz Amazônia, por sua vez, descobriu que o aumento de casos não acontece devido à subvariante BQ.1, derivada da Ômicron e identificada, recentemente, em outros 65 países onde os casos também aumentam.
O órgão afirmou, nesta quarta-feira (9), porém, que é necessário observar o comportamento da nova linhagem até se ter certeza do que ela pode afetar no sistema imunológico humano.
De acordo com o virologista Felipe Naveca, coordenador do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), 94% dos casos de Covid-19 no Amazonas são decorrentes da cepa já existente BA.5.3.1. Até 21 de outubro, a BQ.1 foi encontrada em apenas um caso no estado.
“A pessoa identificada com a subvariante foi orientada e confirmou seguir todos os protocolos preventivos para evitar a transmissão do vírus”, informou a Fundação de Vigilância em Saúde – Dra. Rosimary Costa Pinto (FVS-RCP).
Sintomas da BQ.1
De acordo com o médico infectologista Nelson Barbosa, os sintomas da nova subvariante são parecidos com os anteriores, como dor de cabeça, febre alta, coriza, falta de paladar e olfato. Porém, a nova linhagem não tem preferência pelos pulmões (falta de ar) como as demais.
“Até o momento, não constatamos o potencial dela (BQ.1) em letalidade. Apenas (constatamos) que é mais transmissível. A única diferença é que em algumas pessoas, isto é, na maioria delas, ela não tem predileção pelos pulmões como as anteriores. [A pessoa] vai apresentar sintomas gripais leves, às vezes nem vai desconfiar que está com Covid-19. Em algumas pessoas são mais leves [os sintomas]”, explica o médico.
O especialista destacou também que é importante que a população esteja com o esquema vacinal em dias, pois além de fortalecer o sistema imunológico humano, a vacina previne internações que muitas vezes levam à morte, em caso de atraso no atendimento.
“Mais de 50% das pessoas internadas não tomaram sequer a primeira dose. As vacinas foram o divisor de águas entre o número de casos novos, número de internações e óbitos alarmantes que tivemos nas ondas anteriores”, afirma Barbosa.
O infectologista adverte ainda que as vacinas estão cumprindo o seu papel social: a imunização. E, se não aparecer nenhuma outra variante, a Covid-19 já pode ser considerada uma gripe comum, pois, as vacinas são eficientes.
Alerta para vacinação
Mesmo com a disponibilidade da vacinação para a população de forma gratuita, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) tem convocado os atrasados para os pontos de vacinação da capital. Em Manaus, mais de 1 milhão pessoas estão com as doses atrasadas. Além dos adultos, as crianças e adolescentes também devem ser imunizados.
“A Semsa oferta a primeira, segunda, terceira, quarta e quinta dose do imunizante contra a Covid-19, respeitando os públicos contemplados e intervalos preconizados pelo Ministério da Saúde. Se o usuário tiver dúvidas sobre qual dose tomar, ele pode fazer a consulta individual na plataforma Imuniza Manaus (imuniza.manaus.am.gov.br)”, afirmou a secretária de saúde municipal, Shádia Fraxe.
Desde o início da pandemia, o país acumula 34,8 milhões de casos e 688,5 mil mortes. Os casos de recuperados somam 34,1 milhões.
Estados
O estado de São Paulo tem o maior número de casos acumulados - 6,1 milhões e 175,7 mil mortes. Em seguida estão Minas Gerais (3,8 milhões de casos e 63,8 mil óbitos), Paraná (2,7 milhões de casos e 45,4 mil óbitos) e Rio Grande do Sul (2,7 milhões de casos e 41,2 mil óbitos).
Medidas de prevenção
As medidas de prevenção não farmacológicas continuam sendo as mesmas adotadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS): uso de máscaras, álcool em gel, álcool a 70% e lavar as mãos com água e sabão sempre.
Redação
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