Nesta segunda-feira, 21 de março, o mundo celebra o Dia Internacional das Florestas. A data foi criada, em 1971, pela Organização das Nações Unidas (ONU) com objetivo de conscientizar a população sobre a necessidade de preservá-las.
"Voltemos a comprometer-nos com florestas sãs para uma vida mais saudável”, diz secretario da ONU
Mas, no Brasil, não há muito o que se comemorar. Um ano após atingir a maior derrubada da floresta amazônica em pelo menos 14 anos, o país caminha para um novo recorde negativo de desmatamento em 2022.
Apenas em fevereiro, foram destruídos 303 km² de mata nativa na Amazônia Legal, o que equivale ao tamanho de Fortaleza.
Essa foi a maior área devastada no mês de fevereiro dos últimos 15 anos. Apenas em relação ao mesmo mês do ano passado, a destruição aumentou cerca de 69%.
O desmatamento detectado em fevereiro de 2022 ocorreu no Mato Grosso (32%), Pará (27%), Amazonas (24%), Rondônia (10%), Maranhão (3%), Roraima (3%) e Acre (1%).
De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), este é o segundo mês consecutivo de crescimento no desmatamento.
Em janeiro, a derrubada da floresta foi 33% maior do que no ano passado. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, que monitora a Amazônia por imagens de satélites desde 2008.
Importância das florestas
Responsáveis por abrigar uma grande biodiversidade e fundamentais para o planeta, as florestas são ricas em árvores e o habitat natural de incontáveis seres vivos.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), as florestas do mundo abrigam cerca de 80% da biodiversidade terrestre.
A biodiversidade é a riqueza e a variedade do mundo natural, englobando todos os seres: plantas, animais e microrganismos, assim como as relações entre os ecossistemas, afetando a vida de todas as espécies existentes.
Florestas ajudam a regular o clima e geram renda
O secretário geral da ONU, António Manuel de Oliveira Guterres diz “Florestas saudáveis são fundamentais para as pessoas e para o planeta. Atuam como filtros naturais, dão-nos ar e água limpos e são abrigo de uma vasta diversidade biológica. Ajudam a regular o nosso clima, influenciando os padrões das chuvas, arrefecendo as áreas urbanas e absorvendo um terço das emissões de gases com efeito de estufa. Proporcionam a muitas comunidades e povos indígenas meios de subsistência, medicamentos, sustento e refúgio”
Ainda o diretor geral destaca que os esforços para travar a desflorestação têm sido evidentes e, em algumas regiões, a desflorestação está mesmo a abrandar. No entanto, todos os anos continuamos a degradar e a destruir cerca de 10 milhões de hectares de floresta. É essencial que o mundo implemente a recente Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso dos Solos e outros instrumentos concebidos para proteger as nossas florestas.
Ele faz um alerta “Está na altura de vermos ações tangíveis e credíveis no terreno. Isto implica acabar com os padrões insustentáveis de consumo e produção que põem em perigo as nossas florestas, bem como dar apoio à gestão sustentável das florestas aos países e aos povos que dela necessitam”
Além disso pediu “voltemos a comprometer-nos com florestas sãs para uma vida mais saudável”.
Redação
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