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Deputados federais do GT das redes sociais são contra criminalizar fake news



Deputados federais do GT das redes sociais são contra criminalizar fake news

08/06/2024




Dos 20 deputados federais que compõem o grupo de trabalho (GT) criado para definir regras para as redes sociais no Brasil, 14 votaram contra a criminalização das notícias falsas.

 

 

 

Eles mantiveram, no último dia 28 de maio, o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro ao texto que punia, com até cinco anos de prisão, quem promovesse ou financiasse “campanha ou iniciativa para disseminar fatos que sabe inverídicos, e que sejam capazes de comprometer a higidez do processo eleitoral”.

 

 

Dos parlamentares do GT, apenas quatro votaram para derrubar o veto e dois não votaram na sessão.

 

 

O grupo foi criado na quarta-feira (5) e terá 90 dias, prorrogáveis por mais 90, para apresentar um projeto que defina regras para atuação das plataformas digitais no Brasil.

 

 

O cientista político da Universidade de Brasília (UnB) Luis Felipe Miguel avaliou que a composição ficou desfavorável àqueles que defendem regras mais firmes contra a desinformação e que pedem maior responsabilização das gigantes da tecnologia.

 

 

“É uma comissão completamente enviesada, a gente vê, simplesmente olhando para os nomes, que existe uma bancada das fake news fortemente representada. São parlamentares cuja carreira está extremamente vinculada a essa disseminação deliberada de inverdades”, disse.

 

 

Para o especialista, uma grande parte da elite parlamentar brasileira depende “massivamente da possibilidade de contar mentiras em público impunemente”.

 

 

De acordo com a assessoria da Presidência da Câmara, a composição desses grupos de trabalho sempre é resultado de entendimentos entre os líderes partidários.

 

 

O GT criado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), substituiu a tramitação do PL 2.630/2020, conhecido como PL das Fake News, então sob a relatoria do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). Segundo Lira, esse PL estava “contaminado” pela discussão ideológica e seria preciso começar o debate do zero.

 

 

Em 2023, a Câmara tentou votar o PL 2.630, mas Lira preferiu retirar o projeto da pauta devido à falta de acordo entre os parlamentares. Na época, o presidente da Câmara atribuiu a falta de acordo à ação das big techs, que são as multinacionais que controlam as redes sociais.

 

 

Para o cientista político Luis Felipe Miguel, a suspensão da tramitação do projeto foi um retrocesso. “Com a tentativa de golpe contra o presidente Lula [em 8 de janeiro de 2023], o Arthur Lira estava fazendo uma encenação de que pretendia encaminhar alguma coisa para tentar transformar o debate virtual no Brasil em algo menos parecido com um espaço regido pela lei da selva”, disse.

 

 

Porém, segundo o cientista, o debate foi “atropelado por uma campanha de desinformação orquestrada pelas grandes empresas das plataformas sociodigitais, as big techs, junto com a extrema direita". "E acabou que o PL foi arquivado”, completou.

 

 

Os parlamentares contrários à criação de regras e responsabilização das redes sociais no Brasil argumentam que a medida representaria um risco à liberdade de expressão e poderia gerar uma perseguição na internet.  Quem defende regra para as redes sociais afirma que elas são necessárias para inibir os crimes cometidos on-line.

 

Confira a lista dos deputados que compõem o colegiado:

 

■ Ana Paula Leão (PP-MG)

■ Fausto Pinato (PP-SP)

■ Júlio Lopes (PP-RJ)

■ Eli Borges (PL-TO)

■ Gustavo Gayer (PL-GO)

■ Filipe Barros (PL-PR)

■ Glaustin da Fokus (Podemos-GO)

■ Maurício Marcon (Podemos-RS)

■ Jilmar Tatto (PT-SP)

■ Orlando Silva (PCdoB-SP)

■ Simone Marquetto (MDB-SP)

■ Márcio Marinho (Republicanos-BA)

■ Afonso Motta (PDT-RS)

■ Delegada Katarina (PSD-SE)

■ Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ)

■ Lídice da Mata (PSB-BA)

■ Rodrigo Valadares (UNIÃO-SE)

■ Marcel Van Hattem (NOVO-RS)

■ Pedro Aihara (PRD-MG)

■ Erika Hilton (PSOL-SP)

 

Com informação da Agência Brasil

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