O prefeito de Manaus, David Almeida, afirmou, na noite desta quinta-feira (9), durante a inauguração de uma praça, na zona sul da capital, que não foi ao prefeito que a Câmara Municipal de Manaus negou o empréstimo de R$ 600 milhões, na quarta-feira (8), mas à população de Manaus, e detalhou como o dinheiro seria usado.
Prefeito David Almeida na inauguração da Praça Molhada, no bairro Morro da Liberdade. Foto: Reprodução
“Não foi ao prefeito que foi negado, foi à população. Teve uma votação [na Câmara] em que a população foi prejudicada pelos seus representantes. Isso é uma realidade, não tem como fugir disso”, afirmou Almeida.
O projeto de autoria do Executivo municipal que pedia autorização da Câmara Municipal de Manaus para o município contrair empréstimo de R$ 600 milhões recebeu 20 votos contrários e 19 a favor. Dois vereadores faltaram à sessão. Para ser aprovado eram necessários 27 votos (dois terços dos 41 vereadores).
De acordo com David Almeida, as finanças da Prefeitura de Manaus estão em ordem, mas falta dinheiro para investimentos, em função do endividamento do município.
“Não quero aqui criticar a gestão anterior, muito menos a ação da Câmara. Mas a gestão anterior contraiu empréstimos e endividamento de R$ 2 bilhões e R$ 700 milhões. Em oito anos, amortizou [pagou] R$ 1 bilhão e R$ 83 milhões. Na nossa gestão, em apenas três anos, eu já paguei desses R$ 2 bilhões e R$ 700 milhões, R$ 1 bilhão e R$ 900 milhões. E eu já havia emprestado R$ 1 bilhão e R$ 100 milhões. Então, o meu empréstimo eu já paguei”, disse David Almeida.
Ele disse que recorreu à Câmara para pedir autorização para o empréstimo porque a prefeitura tem dinheiro apenas para pagar as contas, os contratos e os servidores, mas não para investimentos.
Objetivo
Com esse dinheiro, o prefeito afirmou que parte seria usado para asfaltar mais 2 mil ruas. Outra parte, R$ 70 milhões, seria usada para desassoreamento de igarapés em Manaus. “Em janeiro vai chover e vai alagar as casas. Tem as voçorocas, as erosões. R$ 50 milhões eram para fazer as voçorocas.”
David Almeida citou outras obras que seriam feitas com o dinheiro do empréstimo, que foi negado. “Nós íamos construir a primeira praça da bíblia. Votaram contra a praça da bíblia. Tinha quatro UBSs porte 4. Votaram contra a saúde. Tinha quatro creches. Votaram contra… E as senhoras, as mães que poderiam deixar seus filhos… Foi isso que aconteceu”
O prefeito também disse que com a negativa do empréstimo, 8 mil empregos deixarão de ser gerados na cidade. Por fim, afirmou que 42 terminais de ônibus nos bairros que seriam reformados, não terão obras. “Então, não prejudicaram a mim. Esse prejuízo foi para a população”, voltou a afirmar o prefeito.
David Almeida considerou “uma votação triste” e a quarta-feira passada “um dia triste para a população de Manaus”.
“Mas nós vamos, através da própria população, reverter. Eu vou reenviar a mensagem para a Câmara e mostrar que a votação não atendeu aos interesses da população. A votação prejudicou os empregos, a educação, a saúde, as praças, prejudicou tudo. É dessa forma que eu vejo”, disse o prefeito de Manaus.
Com informação do Amazonas atual
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