Construída do zero em uma imensa área aterrada do mar, a Songdo International City, a 65 quilômetros da capital Seul, é inspirada em Nova York e nos canais de Veneza, embora não haja gôndolas, mas sim táxis aquáticos.
É um dos maiores empreendimentos imobiliários público-privados do mundo
Quando a ilha artificial onde fica a cidade começou a ser erguida, em 2003, as empresas envolvidas previam um custo de US$ 40 bilhões. O plano diretor foi elaborado pelo famoso escritório de arquitetura Kohn Pedersen Fox (KPF).
A americana Gale International, a coreana Posco E&C e o governo da cidade metropolitana de Incheon — à qual pertence Songdo — foram responsáveis pela implementação da infraestrutura avançada e do desenvolvimento nas fases posteriores. É um dos maiores empreendimentos imobiliários público-privados do mundo.
Localização privilegiada
Sua localização no mapa, dizem os anúncios sobre a cidade, permite acesso a um terço da população mundial em um voo de até 3,5 horas de duração ao Aeroporto Internacional de Incheon.
A cidade cresce em volta do parque central, um imenso oásis com lagos, colocado estrategicamente no coração do projeto urbanístico desde o início. E ao lado dele está a escola internacional.
Na região central, estão localizados também o centro de controle, a prefeitura e o novíssimo Centro de Artes, para citar alguns dos edifícios de maior destaque.
As residências medem o consumo de eletricidade por minuto e o refletem em um painel. Centenas de câmeras permitem saber quantos carros cruzaram a ponte que leva à cidade, e o tráfego é controlado por um imenso centro de controle.
É uma cidade muito verde, plana e fácil de se locomover de bicicleta - um paraíso para as famílias, dizem os moradores. Embora a cidade tenha sido concluída em 2015, os primeiros moradores começaram a chegar antes, em 2009. A população já passa de 180 mil habitantes, apesar de a cidade estar apenas 60% construída.
À frente de seu tempo
Songdo nasceu com uma filosofia clássica: é uma cidade verde, tecnológica, zona franca e internacional.
Muitas de suas inovações estavam à frente de seu tempo, como a criação de estações de recarga para carros elétricos ou a proibição do uso de água potável em banheiros de escritórios.
E seu sistema de reciclagem chama a atenção. "Não se vê lixo na cidade. Acho que é um ótimo sistema. Permite que a cidade se mantenha limpa", diz Parker.
Um mecanismo aspira os resíduos diretamente das cozinhas, e os leva por meio de uma vasta rede subterrânea de túneis até o centro de processamento. Por isso não se vê caminhões de lixo ou grandes contêineres na cidade.
"A Coreia do Sul, em geral, é organizada e limpa. As pessoas são super-simpáticas. O nível de escolaridade é muito alto, você pode ver que eles são muito respeitosos com tudo", afirma Alberto González, arquiteto urbano e morador de Songdo.
"A parte da comunicação é muito complicada, mas uma vez superado isso, é uma vida muito confortável." Para ele, Songdo contrasta com as cidades velhas e decadentes do resto da Coreia do Sul.
E o trem de alta velocidade que ligará Songdo a Seul será inaugurado em breve.
Com informações da BBC News Brasil
Foto: divulgação
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