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Condenado culpado por abuso sexual, Trump terá que pagar US$ 5 milhões em indenização



Condenado culpado por abuso sexual, Trump terá que pagar US$ 5 milhões em indenização

10/05/2023




Demorou quase três décadas, mas a Justiça considerou Donald Trump culpado por abuso sexual e difamação contra E. Jean Carroll. A ex-jornalista acusou o ex-presidente norte-americano de tê-la violentado em uma loja de departamentos de Nova York, em meados da década de 1990.

 

 

 

Os nove jurados da Corte Federal de Manhattan, no entanto, não encontraram evidências suficientes para condenar o republicano pelo crime de estupro. Trump terá que pagar a Carroll US$ 5 milhões em indenização — US$ 3 milhões por difamação e US$ 2 milhões pelo abuso sexual.

 

O magnata republicano reagiu ao veredicto com revolta e classificou como "vergonha" a decisão do tribunal. "Não tenho absolutamente nenhuma ideia de quem seja esta mulher", escreveu Trump em sua rede Truth Social. "Este veredicto é uma vergonha, a continuação da maior caça às bruxas de todos os tempos", acrescentou.

 

 

A defesa anunciou que apelará do veredicto

 

Trump não compareceu à sala de audiência. O advogado Joe Tacopina considerou a sentença de ontem como "estranha". "Fizemos muitas moções que pensávamos que criariam questões para apelação, e vamos aplicá-las agora. Você sabe, aconteceram coisas neste caso que foram além dos limites", admitiu.

 

De acordo com a lei de Nova York, o crime de estupro pressupõe uma relação sexual sem o consentimento, enquanto abuso sexual seria um toque nas partes íntimas de outra pessoa para a satisfação do desejo sexual. Até o fechamento desta edição, Carroll não tinha se pronunciado sobre o veredicto. A imprensa norte-americana informou que ela teria sorrido quando o juiz proferiu a decisão.

 

O julgamento ocorreu 35 dias depois de o ex-inquilino da Casa Branca ter sido indiciado pelo pagamento de suborno à ex-atriz pornô Stormy Danniels, em troca de silêncio por um suposto caso extraconjugal.

 

O ex-presidente tornou-se réu por 34 acusações, que, somadas, seriam penalizadas com 136 anos de prisão. Por Trump ser réu primário e não ter antecedentes criminais, uma pena de restrição de liberdade é considerada improvável.

 

 

"Decisão correta"

 

Ex-procurador federal para o Distrito Sul de Nova York, Roland Riopelle afirmou ao Correio que considerou correta a decisão do tribunal de Manhattan. "As evidências apresentadas na imprensa pareciam muito contundentes.

 

 Como Trump não compareceu ao julgamento, não me surpreendeu que o júri tenha, rapidamente e por ampla margem, considerado o ex-presidente culpado", comentou. Ele explicou que, por ser um caso puramente da esfera civil, é pouco provável o surgimento de uma acusação criminal contra o magnata republicano.

 

Richard L. Hasen, professor de direito da Universidade da Califórnia (Ucla), concorda com Riopelle e acrescenta que Trump parece desafiar as "leis da gravidade" com os seus apoiadores. "Nada do que ele fizer mudará a percepção que os simpatizantes tenham sobre ele", observou à reportagem.

 

Para Hasen, o indiciamento criminal pelo pagamento de subono à ex-atriz pornô Stormy Daniels, e outras acusações que deverão ser apresentadas pelo júri, em breve, provavelmente serão mais significativas, no sentido de moldarem o futuro político de Trump.

 

Por sua vez, Mitchell Epner, ex-procurador federal para o Distrito de Nova Jersey e advogado da firma Rottenberg Lipman Rich P.C. (em Nova York), destacou que nenhum outro ex-presidente foi considerado culpado por abuso sexual e difamação. "Isso não tem precedentes", comentou.

 

Historiador político da American University (em Washington), Allan Lichtman entende que, normalmente, uma condenação civil por abuso sexual e difamação representaria o fim da carreira de qualquer político.

 

No entanto, ele vê Donald Trump como um caso à parte, uma exceção. "O ex-presidente sobreviveu a uma gravação na qual ele se gabava de agarrar mulheres por suas partes íntimas. Também resistiu a inúmeras acusações de má conduta sexual", disse ao Correio.

 

 

Com informação do Correio Braziliense

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