Menos da metade das escolas brasileiras têm projetos para debater o racismo e demais relações étnico-raciais. Menor ainda é o espaço do combate ao machismo, à homofobia e às desigualdades sociais. Os dados estão no Anuário Brasileiro de Educação Básica 2021, divulgado na última semana pela organização Todos Pela Educação.
48% das escolas têm projetos sobre racismo; 26% falam sobre homofobia e 15,8% sobre machismo, segundo anuário do Todos Pela Educação
De acordo com o levantamento, 48% das escolas afirmaram ter projetos para tratar relações étnico-raciais, incluindo o racismo. Apesar desse debate avançar na sociedade, a pauta não avançou pelas salas de aula - pelo contrário. Como comparação, entre 2013 e 2017, mais de 70% das escolas tinham projetos nesta temática.
Dentre essas questões, o machismo é o menos abordado no ambiente escolar, com projetos em apenas 15,8% das escolas. Já a homofobia é tratada por apenas 26% das instituições de ensino; e as desigualdades sociais por 35,9%.
“Quando a gente olha num histórico, 2019 foi o ano em que menos escolas declararam ter projetos sobre essas temáticas”, analisa o líder de Políticas Educacionais da Todos Pela Educação, Gabriel Corrêa.
Tratar essas questões desde cedo pode reduzir desigualdades
O líder da organização Todos Pela Educação acredita que tratar essas questões desde cedo pode ajudar a reduzir desigualdades pelo país e avalia como irresponsável quando esse debate é centralizado no campo político-ideológico. “A educação vai muito além da transferência de conteúdos técnicos de disciplinas para os nossos estudantes. A educação precisa preparar os alunos para o exercício da cidadania”, avalia Corrêa.
Redação com informação da CNN Brasil
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