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Com Giorgia Meloni, extrema-direita triunfa nas urnas da Itália 



Com Giorgia Meloni, extrema-direita triunfa nas urnas da Itália 

26/09/2022




A extrema direita conquistou neste domingo (25) o poder na Itália, a terceira maior economia da União Europeia, com uma vitória histórica do partido de Giorgia Meloni nas eleições legislativas do país. Pela primeira vez desde 1945, o país está prestes a ser governado por uma liderança pós-fascista.

 

 

Foto: divulgação

 

O partido Irmãos da Itália, liderado por Giorgia Meloni, consolidou-se como maior força política neste domingo nas eleições no país, com 26% dos votos. O resultado é sem precedentes desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

 

"Se fomos escolhidos para governar este país, nós o faremos por todos os italianos, com a vontade de unir o povo e de nos concentrarmos naquilo que nos une, e não naquilo que nos divide", disse, em um discurso logo após o anúncio dos resultados. "Chegou a hora da responsabilidade."

 

A aliança de direita dirigida pelo partido de Meloni teve, no total, mais de 43% dos votos, além da maioria na Câmara dos Deputados e no Senado. A coalizão é formada pelos aliados de extrema direita do partido Liga, de Matteo Salvini, e Força Itália, do conservador Silvio Berlusconi, que tiveram, respectivamente, 9% e 8% dos votos.

 

O Partido Democrático (PD), principal formação de esquerda, não conseguiu mobilizar o eleitorado para frear o avanço da extrema direita e teve 19% dos votos.

 

Ascensão vertiginosa

 

A ascensão vertiginosa de Giorgia Meloni se deve em grande parte ao fato de ela ter sido a única que se opôs ao governo do economista Mario Draghi por 18 meses, que sofreu um desgaste provocado pela inflação, a guerra e as restrições durante a pandemia.

 

 

Fundada no fim de 2012 com ex-apoiadores de Berlusconi e figuras da direita neofascista, a formação superou o Partido Democrático (PD), de Enrico Letta, que concordou apenas com uma aliança com um pequeno setor da esquerda ambientalista.

 

A líder pós-fascista, de 45 anos, admiradora durante sua juventude de Benito Mussolini e conhecida por sua linguagem direta e eficaz desde seus anos como líder estudantil em Roma, será a primeira mulher a liderar o governo na Itália.

 

Juntamente com seus aliados, ela promete cortar impostos e bloquear imigrantes que cruzam o Mar Mediterrâneo, além de uma política familiar ambiciosa para aumentar a taxa de natalidade em um dos países com mais idosos no mundo.

 

Eurocética

A vitória de uma líder antieuropeia e nacionalista levanta muitas questões, inclusive em relação à União Europeia. Giorgia defende a revisão de seus tratados e até a sua substituição por uma "confederação de Estados soberanos". "Todos na Europa estão preocupados com Giorgia Meloni no governo. Acabou a festa, a Itália vai começar a defender seus interesses próprios", advertiu.

 

A representante do pós-fascismo, que não tem medo de defender uma direita "pura e dura", identifica-se com o lema "Deus, pátria e família" e promete lutar contra os grupos de pressão gay e as "teorias de gênero".

 

A vencedora das eleições terá um papel primordial para o eixo da extrema direita radical na Europa, que passa por Suécia, Polônia e Hungria. "Precisamos mais do que nunca de amigos que compartilhem uma visão e uma abordagem comuns da Europa", reagiu um porta-voz do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

 

O governo que sair das eleições tomará posse no fim de outubro e terá um caminho cheio de obstáculos e sem muita margem de manobra. Terá que administrar a crise causada pela inflação galopante, enquanto a Itália já está à beira de um colapso com uma dívida que representa 150% do PIB, a mais alta da zona do euro, atrás da Grécia.

 

 

Com informação da AFP

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