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Com 22 facções, Amazônia Legal vira região mais violenta do país



Com 22 facções, Amazônia Legal vira região mais violenta do país

01/12/2023




Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam informações alarmantes sobre o crescimento da violência na Amazônia Legal. Segundo o estudo Cartografias da violência na Amazônia, divulgado ontem, existem pelo menos 22 facções criminosas na região, presentes em todos os nove estados amazônicos.

 

 

Integrantes do Exército em rio no Pará. Foto: Reprodução/Comando Militar do Norte

 

 

O Fórum mapeou a presença de facções em 178 das 772 cidades da Amazônia Legal (24,6%), sendo quase um a cada quatro municípios. Em 80 delas, também há disputa entre os grupos criminosos. A presença do crime organizado impacta na violência e no tráfico de drogas na região.

 

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Amazônia Legal é dividida em duas partes: Ocidental e Oriental. A primeira é composta pelos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Já a segunda, por Pará, parte do Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso.

 

 

45% mais mortes intencionais que o resto do Brasil

 

O estudo detectou que os estados da região registraram uma taxa de 33,8 mortes intencionais a cada 100 mil habitantes em 2022 — sendo 45% maior do que o resto do país, que contabilizou, no mesmo ano, taxa de 23,3 vítimas para cada grupo de 100 mil.

 

 

As capitais da região que têm conflito entre facções são: Manaus (AM), Porto Velho (RO), Macapá (AP), Rio Branco (AC) e Palmas (TO). Entre as organizações estão aquelas com presença nacional, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Também há grupos criminosos locais, como a Família do Norte (FDN), e estrangeiros — vindos do Peru, da Venezuela e da Colômbia.

 

Onda crescente

 

Em 2021, o índice de mortes violentas intencionais na Amazônia Legal era de 34,4. A taxa de mortes por 100 mil habitantes permite comparar municípios de diferentes tamanhos. O estado com maior registro de violência é o Amapá, com 50,6 mortes para cada 100 mil. Depois, aparecem Amazonas (38,8), Pará (36,9), Rondônia (34,3), Tocantins (30,5), Roraima (30,5), Mato Grosso (29,3), Acre (28,6) e Maranhão (28,5).

 

 

Outros dados também chamam atenção como, por exemplo, os números de violência contra a mulher. O Fórum identificou que a taxa de feminicídio na Amazônia foi de 1,8 para cada 100 mil mulheres, 30,8% superior à média nacional, que foi de 1,4 por 100 mil.

 

 

Mais estupros

 

A violência sexual é outro item que se diferencia do resto do país. Nos nove estados, a pontuação de estupros na região foi de 49,4 vítimas para cada 100 mil no ano passado — 33,8% superior ao índice nacional, que foi de 36,9 por 100 mil.

 

 

A pesquisa revelou ainda que a mortalidade de indígenas na Amazônia é 26% maior do que no restante do país: morreram 114 pessoas contra 86 nos outros 17 estados e no Distrito Federal. A população de povos originários na Amazônia Legal é de 867 mil pessoas. No restante do país: 825 mil.

 

 

Outros crimes

 

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública detectou que os crimes vinculados ao desmatamento cresceram 85,3% entre 2018 e 2022. No último ano, foram 619 boletins nas polícias civis dos estados da Amazônia Legal. Os dados referentes a incêndios criminosos na Amazônia Legal também aumentaram: 51,3% em quatro anos.

 

 

Segundo o levantamento, a taxa de pessoas no sistema prisional na região cresceu 67,3%, em 10 anos, enquanto a média nacional foi de 43,3% de aumento. Entre 2019 e 2022, a elevação dos registros de armas de fogo foi de 91%, ao passo que no restante do país ficou em 47,5%.

 

 

Entre 2019 e 2022, a apreensão de cocaína pelas polícias estaduais na Amazônia cresceu 194,1%. Já a Polícia Federal apreendeu 32 toneladas de cocaína em 2022, crescimento de 184,4% em comparação a 2019.

 

 

Com informação do Correio Braziliense

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